A maior parte das contradições aqui apresentadas tem como alvo o Preterismo Completo, chamado de Preterismo Radical, a facção mais agressiva do Preterismo.
O Preterismo Completo é a posição de que todas as profecias bíblicas foram cumpridas: a vinda de Cristo em julgamento foi cumprida na destruição de Jerusalém em 70 dC, Satanás e o Anticristo foram lançados no lago de fogo, o reino de Deus chegou, a ressurreição é entendida em termos espirituais, a Grande Comissão foi cumprida, todas as coisas foram feitas novas (o antigo céu e a terra já passaram; o novo o céu e a terra chegaram), a restauração prometida chegou, e o mundo agora continua como está, ad infinitum, motivo pelo qual acreditam que AD 70 foi a “consumação dos séculos”. Isso é trágico, porque faz com que os escritos da Bíblia sejam entendidos como tendo um contexto de velhice, pois a maior parte das Escrituras foram compiladas antes do advento dessa nova dispensação preterista.
Os preteristas, no mínimo, estão tentando dizer que todas as Escrituras são consideradas suspeitas e aguardavam uma revisão posterior – feita por eles. De fato, para os preteristas, na maioria dos casos, o propósito da Bíblia é limitado à “era anterior a 70 dC”. Com esta visão do cumprimento de tudo em 70 dC, muitas passagens das Escrituras não são vistas como sendo para hoje.
Na verdade, há um grande debate sobre quais passagens realmente se aplicam à era da Nova Aliança. Algumas, como Apocalipse 21 e 22, quando fala das “folhas da árvore da vida sendo usadas para a cura das nações”, são geralmente aceitas – pelos preteristas – como referindo-se a “era histórica da Nova Aliança” e numerosas passagens importantes, como a oração de Cristo, “venha o teu reino”, também são vistas como referindo-se a era “antes de 70 dC”.
Essa tendência preterista corta a Palavra de Deus eliminando a necessidade da oração, a necessidade da fé e a existência do Espírito Santo – bem como a aplicabilidade do próprio Evangelho de Cristo. Se assim creem, então todas as Escrituras foram feitas para passar pelo “Filtro de 70 dC” para ver como a consumação histórica pode afetar o resultado da passagem em questão. E esse olhar cauteloso preterista passa por cima de versículos importantes, como aquele que diz que “aos homens foi ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo” (Hb 9:28), visto que o julgamento é considerado um evento passado em 70 dC.
Afirmar que estamos em uma dispensação completamente diferente da dispensação da Nova Aliança é um desastre. A primeira geração de cristãos não pode ser separada de todas as gerações subsequentes, como se eles vivessem em uma dispensação diferente da que vivemos hoje. Não devemos permitir que as particularidades externas da história nos desviem do fato de que o Evangelho estava sendo pregado e de que as tensões que eles enfrentaram em seus dias são exatamente as que sentimos nos nossos.
E devemos lembrar aos preteristas que Paulo escreveu que se alguém estava em Cristo, já era uma nova criação – bem antes de 70 dC. Em vez de ver o Novo Testamento revelando como as coisas eram, acredito que ele revela como as coisas são.
Assim é o Preterismo com suas contradições…
1) Aquele dia = naquele dia = daquele dia
O preterista alega que o cumprimento do verso 36 de Mateus 24 (a vinda do Senhor) ocorreu por volta de 70 dC, quando Jesus afirma: “Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai” (Mateus 24:36).
Os problemas com este ponto de vista preterista são gritantes. Observe que “aquele dia” já havia sido apresentado por nosso Senhor antes mesmo do Sermão do Monte. Por exemplo, o Senhor nos diz que nem todo aquele que diz a Ele: “Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus”, e que “muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7: 21-23).
Logo, naquele dia de 70 dC, quando Jesus veio, ele reuniu estes citados no texto acima e os envio as trevas. Somente os preteristas presenciaram o acontecimento.
No início de Mateus, o Senhor comparou o julgamento de Israel com algumas das cidades históricas que eram notáveis por sua iniquidade. Cristo disse, “Contudo, eu vos digo que para Tiro e Sidom haverá menos rigor, no dia do juízo, do que para vós (…) Contudo, eu vos digo que no dia do juízo haverá menos rigor para a terra de Sodoma do que para ti” (Mt 11:22, 24).
Cristo já havia deixado claro para os discípulos o que a terminologia “aquele dia de julgamento” significava. Obviamente os discípulos entenderam a inclusão de Sodoma, Tiro e Sidon em um dia diferente de 70 dC – Tiro, Sidon e Sodoma não foram julgados em dC 70.
No relato de Mateus, no Sermão do Monte, “aquele dia” é uma referência explícita ao grande dia em que Deus julgará todas as gerações passadas, presentes e futuras. Paulo também em seu sermão aos gregos na colina de Marte pregou “um dia” em que Deus julgará todos os homens (atenienses incluídos – não apenas os judeus) através de um Homem que Ele designou (At 17:31).
A interpretação preterista desse versículo é que ele aponta para a queda de Jerusalém em 70 dC, mas essa queda não teria absolutamente nenhum impacto sobre os atenienses que se reuniram para ouvir Paulo. Ele diz que eles deveriam se arrepender por causa desse julgamento vindouro e tal advertência não faz sentido se a referência é apenas a um julgamento local em uma terra distante.
O melhor contexto para esclarecer sobre a terminologia “naquele dia” do versículo 36 é o que segue após o próprio versículo. Existem várias parábolas após o verso 36, o Servo Fiel e o Servo mau (24: 45-51), as Virgens Sábias e Tolas (25: 1-13) e os Talentos (25: 14-30). Esta série de parábolas da segunda vinda é encerrada com a imagem do Filho do Homem julgando as nações “quando o Filho do Homem vier em Sua glória, e todos os santos anjos com Ele, então Ele se assentará no trono de Sua glória” (25:31). Quando ele vier, “todas as nações serão reunidas diante Dele, e Ele as separará umas das outras, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos” (25: 2). A vinda de Cristo para julgar todas as nações não segue meramente Mateus 24:36 em sequência cronológica – ela flui daí. Note que todas as nações estão envolvidas, o que não ocorreu em 70 dC.
Curiosamente, os preteristas adotaram uma abordagem do tipo tudo ou nada: eles interpretam toda vinda de Cristo profetizada no Novo Testamento como a Segunda Vinda – a vinda espiritual de Cristo no ano 70 dC. Essa confusão toda foi gerada pela má interpretação do termo, “aquele dia”, que para eles foi um dia em 70 dC.
2) Estamos órfãos por dois mil anos
“Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós. Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais; mas vós me vereis, porque eu vivo, e vós vivereis. Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós” (João:14:18-20).
A frase, “naquele dia”, para os preteristas, é uma referência o dia da volta de Jesus em 70 dC, que é também a consumação dos séculos na visão deles, onde fazem coro com o texto de Mateus “… eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus:28:20).
Jesus só ficou com os discípulos até 70 dC!
Nós estamos órfãos!
3) Perto está o Senhor – Ele vem em 70 dC!
“Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor” (Fil 4: 5).
A frase, “perto está o Senhor”, significa que Paulo estava dizendo que a vinda do Senhor estava perto – Jesus estava vindo em 70 dC, diz o preterista pulando de alegria.
O contexto é que Jesus está em “comunhão íntima” conosco (ou seja, próximo) e ouvirá nossas orações e nos guardará com sua paz. Paulo não está dizendo que Jesus está prestes a retornar em 70 dC. O contexto demonstra que Jesus está perto dos cristãos e os cristãos devem considerar isso e orar apropriadamente; veja também Salmos 145: 18, que declara: “Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade”.
Por isso Paulo segue dizendo: “Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus” (Fil 4:6-7).
4) Punição para os ímpios só até 70 dC
“De maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus por causa da vossa constância e fé em todas as perseguições e aflições que suportais.
Isto é prova clara do justo juízo de Deus, para que sejais havidos por dignos do reino de Deus, pelo qual também padeceis; se de fato é justo diante de Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam.
E a vós, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder em chama de fogo
Tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.
Estes sofrerão, como castigo, a perdição eterna, banidos da face do senhor e da glória do seu poder, quando naquele dia ele vier para ser glorificado nos seus santos e para ser admirado em todos os que tiverem crido, porquanto o nosso Testemunho foi crido entre vós” (2 Ts 1:4-10).
Os preteristas plenos aplicam todo este texto somente aos Judeus durante a destruição de Jerusalém em 70 dC; os milhões de judeus que morreram dentro da cidade, de 66 a 70, foram punidos.
Se os preteristas citarem Romanos 1:18, que parece prometer punição universal para todos os ímpios de todos os tempos, isso pode ser limitado à segunda vinda de Jesus em 70 dC: “Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça” “(Romanos 1:18).
Ambos, 2 Tessalonicenses 1: 5 e Romanos 1:18 usam as mesmas frases universais, mas os preteristas mais radicais limitam 2 Tessalonicenses 1: 5 a 70 dC. Se 2 Tessalonicenses 1: 5 pode ser limitado a 70 dC, Romanos 1:18 também pode. O mesmo é verdade com qualquer versículo bíblico genérico que promete ira para os ímpios.
Em 70 dC, os preteristas lançaram os homens perversos no inferno – todos foram punidos com um evento passado.
Eles são incapazes de encontrar uma maneira lógica e exegeticamente correta para localizar qualquer versículo bíblico que profetize punição após 70 dC, porque eles acreditam que todas as profecias bíblicas foram cumpridas em 70 dC. Se todas as profecias foram cumpridas, eles não podem usar qualquer versículo bíblico para dar qualquer informações sobre o que acontecerá depois de 70 dC.
Isso é trágico!
5) Os mortos não ouvirão a voz de Deus depois de 70 dC
“Pois assim como o Pai tem vida em si mesmo, assim também deu ao Filho ter vida em si mesmos; e deu-lhe autoridade para julgar, porque é o Filho do homem. Não vos admireis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” (João 5:26-29).
“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança.
Porque, se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também aos que dormem, Deus, mediante Jesus, os tornará a trazer juntamente com ele.
Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que já dormem.
Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1 Ts 4:13-18).
Os preteristas não acreditam que haja qualquer ressurreição dos mortos – nem dos ímpios e nem dos justos depois de 70 dC. Assim, não há promessa nas Escrituras de que os cristãos serão ressuscitados dos mortos para a vida eterna, pois qualquer versículo que eles possam citar deve ser limitado a antes de 70 dC, quando Cristo, segundo eles, voltou.
Os preteristas trouxeram a má notícia de que todos os que morreram, e morrem, depois de 70 dC, foram “deixados para trás”; eles não ouvirão a voz do filho de Deus – estão sem esperança!
Visto que os preteristas ensinam que tanto a ressurreição dos mortos quanto a segunda vinda aconteceram em 70 dC, os cristãos que vivem hoje não têm esperança e as palavras de Paulo não são conforto para nós. Parece que os preteristas completos não têm nenhum versículo bíblico que possam citar, e que dê aos cristãos que vivem hoje qualquer esperança ou conforto em relação à ressurreição e ida para o reino de Cristo.
Todos nós estamos vivendo na escuridão da dúvida e da incerteza, onde devemos inferir que as bênçãos prometidas aos cristãos antes de 70 dC não se aplicam àqueles que viveram após 70 dC. Ou seja, de acordo com os preteristas ninguém que estiver no túmulo ouvirá mais a voz do Senhor pelo simpes fato de a morte ter sido tragada em 70 dC! Esse também é o resultado da má interpretação preterista dos textos de Paulo em 1 Cor 15:50-58: “Mas digo isto, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus; nem a corrupção herda a incorrupção.
Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados.
Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade.
Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
Mas graça a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor“.
Os preteristas completos não podem fornecer nenhum versículo bíblico que dê aos cristãos que viveram depois de 70 dC qualquer esperança de serem ressuscitados para corpos imortais. Primeiro, eles dizem que a ressurreição descrita em 1 Cor 15 já havia ocorrido há dois mil anos. Em segundo lugar, aqueles que ficarem vivos para a vinda do Senhor, não têm esperança de algum dia serem “transformados” de mortais para imortais. Isso é grave.
Os preteristas contradizem Paulo, que diz que a morte será derrotada na segunda vinda, porque bilhões de humanos foram derrotados pelo pecado e pela morte após 70 dC. No entanto, nem mesmo esse problema óbvio faz com que os preteristas renunciem às suas falsas doutrinas.
como Jesus já retornou em 70 dC no ensino preterista, então devemos crer que esse contexto de Paulo teve cumprimento naquela época: “… a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados… Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade… Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória“.
Para eles aconteceu tudo de forma simbólica e invisível!
6) Vendo face a face
“Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado… Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido” (1 Coríntios 13:10,12).
Ouça as palavras de um teólogo preterista: “o que é perfeito” e o “conhecimento” “face a face” de 1 Coríntios 13: 10-12, são referências ao retorno de Cristo e a chegada de novos céus e nova terra em 70 DC” (Línguas, profecia e ciência cessaram em 70 AD). FULL PRETERISM / GOSPEL ESCHATOLOGY. Full Preterism Website.
O atrevimento e desleixo preterista com a palavra de Deus é gritante! Eles interpretam os textos das Escrituras de forma cômica e irresponsável. Provavelmente devem entender que nesse mundo teológico ninguém está observando.
O Apóstolo Paulo está falando da volta daquele que é perfeito, Jesus, quando muitas coisas cessarão. Esta volta de Cristo ainda não ocorreu, como registra o escritor aos hebreus em 9:28, quando fala que o Senhor veio uma vez e virá segunda vez para aqueles que o aguardam para a salvação.
Em 70 dC ele não veio para aqueles que o estavam aguardando para salvação, mas “veio” para os judeus apóstatas – um milhão e cem mil deles morreram e os que ficaram vivos foram dispersos pelas nações.
São duas vindas de Jesus, não três; leia o texto de Hebreus 9:28 na íntegra: “Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”.
No reino de Cristo não haverá necessidade de profecias e nem de ciência. Aliás, no reino de Cristo não haverá necessidade nem de orações mais (Ap 21:4).
7) Ser paciente até 70 dC
Tiago 5: 7 diz: “Portanto, irmãos, sede pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba as primeiras e as últimas chuvas“.
Se, de acordo com os preteristas, o Senhor veio em 70 dC, que esperança tem os cristãos pós 70 dC de serem recompensados?
Observe que os cristãos são ordenados a serem “pacientes até ” a vinda do Senhor, para que colham o fruto de seu trabalho. Porém, paciência é o oposto de iminência e não há nada neste versículo que indique que o Senhor viria em breve!
A ordem de “ser paciente” foi uma virtude vitalícia que todos os cristãos devem aprender.
A visão preterista é irritante e ousada, pois insinua que se Senhor veio em 70 dC, os cristãos não precisam mais de paciência, pois não podem esperar serem recompensados por seu trabalho.
8) O Fim do Velho Pacto foi em 70 dC!
Um preterista, em suas próprias palavras: “Os jotas e til da Lei foram dirigidos somente aos cristãos judeus, e somente até que a Lei passasse em 70 dC” (The Final Decade Before the End, Edward Stevens, p 34). (A Última Década Antes do Fim).
A antiga aliança (Lei de Moisés incluindo “jotas e til”) acabou com o sacrifício de Cristo e não em 70 dC: “e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz; e, tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma cruz. Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo” (Col 2:14-17).
A Nova Aliança entrou em vigor quando Cristo morreu: “E por isso é mediador de um novo pacto, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões cometidas debaixo do primeiro pacto, os chamados recebam a promessa da herança eterna. Pois onde há Testamento, necessário é que intervenha a morte do Testador. Porque um Testamento não tem torça senão pela morte, visto que nunca tem valor enquanto o Testador vive” (Hebreus:9:15-17).
Essa palavra ilustra que os homens escrevem um “último Testamento” enquanto estão vivos, mas a lei entra imediatamente em vigor quando ele morre. O ponto de Paulo em Hebreus era fazer a aplicação de que Cristo inaugurou a Nova Aliança enquanto ele estava vivo, mas ela entrou em vigor em sua morte.
Colossenses 2: 14-17 e Hebreus 9: 15-18 provam que a Lei de Moisés foi abolida no Calvário de duas maneiras diferentes e inconfundíveis. Primeiro por declaração explícita e depois por meio de ilustração. Mas fica muito pior para os preteristas porque Romanos 7: 1-7 diz explicitamente que se os judeus tentarem guardar a Lei de Moisés e a Lei de Cristo ao mesmo tempo, eles serão condenados como adúlteros.
“Ou ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que ele vive?
Porque a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele viver; mas, se ele morrer, ela está livre da lei do marido.
De sorte que, enquanto viver o marido, será chamado adúltera, se for de outro homem; mas, se ele morrer, ela está livre da lei, e assim não será adúltera se for de outro marido.
Assim também vós, meus irmãos, fostes mortos quanto à lei mediante o corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, àquele que ressurgiu dentre os mortos a fim de que demos fruto para Deus.
Pois, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, suscitadas pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.
Mas agora fomos libertos da lei, havendo morrido para aquilo em que estávamos retidos, para servirmos em novidade de espírito, e não na velhice da letra. Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum.
Contudo, eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás” (Romanos 7:1-7).
Primeiro, Romanos foi escrito no início de 55 dC e Paulo está falando com judeus que conheciam a Lei!
Em segundo lugar, Romanos 7: 2-3 começa com uma ilustração: uma mulher não pode se casar com dois homens ao mesmo tempo, senão será chamada de adúltera.
Terceiro, Romanos 7: 4 faz a aplicação: A Lei de Moisés e a Lei de Cristo não podem estar em vigor ao mesmo tempo, ou então é adultério espiritual. A Lei de Moisés foi abolida, para que possamos ser unidos à lei de Cristo.
Quarto, Romanos 7: 5-6 diz que a Lei de Moisés está morta, permitindo que a esposa (a igreja) se case com um novo homem: Cristo.
Quinto, Romanos 7: 7 identifica especificamente os 10 Mandamentos (cobiçar) como o código da lei que está morto e abolido!
Os preteristas contradizem tudo isso e dizem que ambas as leis estavam em vigor aos olhos de Deus até 70 dC. Porém, Paulo diz especificamente aos judeus que se eles guardarem a Lei de Moisés e a lei de Cristo ao mesmo tempo, serão condenados como adúlteros.
É chocante ouvir os preteristas sugerirem que os judeus tinham que guardar os jotas e os til da Lei de Moisés até 70 dC, mas não os gentios.
Paulo disse que a Aliança dos Dez Mandamentos foi abolida na cruz, muito antes de 70 dC (Hb 8: 6-7,13; 9: 1-14).
Paulo condenou diretamente os judeus que foram libertados da Lei, mas então começaram a praticá-la eles próprios novamente. A frase, “não vos dobreis novamente a um jogo de escravidão” prova que os cristãos judeus não tinham que guardar nada da Lei de Moisés:
“Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jogo de escravidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo Testifico a todo homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça decaístes” (Gálatas:5:1-4). E mesmo com todas as evidências, o preterismo completo ensina que a Lei de Moisés estava em vigor até 70 dC. E para isso citam Mateus 5:17,18:
“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem [em 70 dC], de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido“.
Aparentemente sem saber como interpretar corretamente uma passagem simples como Mateus 5:17, e pegando emprestado diretamente o argumento dos Adventistas do Sétimo Dia, os preteristas usam-na indevidamente como seu texto de prova. Dizem que a Lei de Moisés continuou em vigor como um código de lei até que o céu e a terra fossem destruídos em 70 dC: “Jesus, em Mateus. 5: 17-20, afirmou que a Lei seria totalmente cumprida e passaria quando “o céu e a terra” passassem em 70 dC” (A última década antes do fim, Edward Stevens, p 41).
Os preteristas radicais abusam de Mateus 5:17 pior do que Ellen G. White porque eles “guardam” toda a Lei de Moisés, o sábado, os dez mandamentos, a adoração no templo e os sacrifícios de animais como um código de lei até 70 dC.
São os absurdos do Preterismo!
9) Jesus não veio em 70 dC – Parábolas
A Parábola do joio não foi cumprida em 70 dC (Mt 13: 24-43).
“Chegaram, pois, os servos do proprietário, e disseram-lhe: Senhor, não semeaste no teu campo bom semente? Donde, pois, vem o joio? Respondeu-lhes: Algum inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo?
Ele, porém, disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis com ele também o trigo. Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; o trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro (…)
o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os celeiros são os anjos. Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.
Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça” (Mateus 13:27-30,39-43).
Os anjos não removeram e queimaram os ímpios que viviam na terra em 70 dC – depois de 70 dC os ímpios continuaram vivendo entre os justos. Alem disso, depois de 70 dC, os ímpios não choram nem rangem os dentes porque ainda vivem uma vida de luxo opulento e paz perfeita, enquanto estão em total desafio e rebelião a Deus.
Parábola da rede de pesca não foi cumprida em 70 dC (Mt 13: 47-50).
“Assim será no fim do mundo: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mateus:13:49-50).
E novamente: depois de 70 dC os ímpios ainda vivem entre os justos, não foram punidos e nem lançados no lago de fogo, não choram e nem rangem os dentes. Depois de 70 dC, os ímpios ainda vivem uma vida de conforto, facilidade e bênçãos físicas enquanto perseguem, zombam e ridicularizam os cristãos que eles veem como intolerantes iludidos e de mente estreita.
A parábola das dez virgens não se cumpriu em 70 dC (Mateus 25: 1-13).
” … E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o noivo; e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. Depois vieram também as outras virgens, e disseram: Senhor, Senhor, abre-nos a porta. Ele, porém, respondeu: Em verdade vos digo, não vos conheço. Vigiai pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora” (Mateus 25:10-13).
Os preteristas juntam-se às fileiras das seitas que usam mal esta passagem para ensinar a teologia da “porta fechada”, pois dizem que a “porta para a salvação” agora está fechada, motivo pelo qual são acusados de universalistas.
Em 22 de outubro de 1844, os mileritas (mais tarde adventistas do sétimo dia) ensinaram que a “porta da salvação” foi fechada e o destino eterno de todos foi selado com base na parábola das dez virgens.
Os preteristas ensinam a mesma coisa, mas com data diferente: Jesus veio em 70 dC!
10) Qual Geração?
“Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam” (Mt 24:34
Uma escolha popular entre os evangélicos é dizer que “esta geração” se refere à geração que vive na época em que os sinais aconteceram. Por outro lado, os preteristas afirmam que Jesus está dizendo que todos os sinais da Parusia acontecerão dentro de uma geração (isto é, 40 anos) de seus contemporâneos. No entanto, existe uma terceira opção…
Mais tarde, em Mateus 25, Jesus nos conta duas parábolas que implicam que ele iria “tardar” (Mateus 25: 5) ou viria depois de “muito tempo” (Mateus 25:19). Além disso, Jesus disse que ninguém sabe o dia ou a hora de seu retorno (Mt 24:36). Como resultado, Jesus está nos dizendo que demorará muito para voltar e que não sabe quando voltará. Isso vai contra a ideia de que seu retorno teria que ocorrer dentro de uma única geração biológica. Então, o que “esta geração” significa? As referências à geração quase sempre têm um elemento depreciativo. Esta é uma pista de que há mais nesta frase do que inicialmente aparenta.
Observe os textos:
Mas ele lhes respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal, mas nenhum sinal lhes será dado, exceto o sinal do profeta Jonas” (Mateus 12:39).
“E Jesus, respondendo, disse: ó geração incrédula e perversa! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui” (Mateus 17:17).
“Os homens de Nínive se levantarão no julgamento com esta geração e a condenarão, pois se arrependeram com a pregação de Jonas, e eis aqui quem é maior que Jonas” (Lucas 11:32).
Esta linguagem é emprestada do Cântico de Moisés em Deuteronômio 32: “Corromperam-se contra ele; não são seus filhos, e isso é a sua mancha; geração perversa e depravada é” (Deut 32:5).
“E Ele disse: Esconderei deles o meu rosto, verei qual será o seu fim, porque geração perversa são eles, filhos em quem não há fidelidade” (Deut 32:20).
Jesus frequentemente se referia à “geração” de seus contemporâneos usando qualificadores negativos. No entanto, o termo não se restringe a seus contemporâneos, como os versos a seguir irão mostrar.
“Tu os guardarás, Senhor; desta geração os livrarás para sempre” (Salmo 12: 7).
Como uma pessoa justa pode ser protegida de uma única geração para sempre, se uma geração dura apenas 40 anos?
“E louvou aquele senhor ao injusto mordomo por haver procedido com sagacidade; porque os filhos deste mundo são mais sagazes para com a sua geração do que os filhos da luz” (Lucas 16: 8).
Aqui, “geração” não se refere a um período de tempo, mas se refere à descendência do mundo, em oposição aos “filhos da luz”.
“E com muitas outras palavras dava Testemunho, e os exortava, dizendo: salvai-vos desta geração perversa” (Atos 2:40).
Neste caso, Pedro está dizendo a eles para serem “salvos” desta geração desonesta. Como uma pessoa pode ser salva de uma geração da qual faz parte desde que nasceu?
“Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também dele se envergonhará o Filho do homem quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos” (Marcos 8:38).
Este versículo se aplica apenas àqueles que viveram antes de 70 dC? Claramente se refere a todos até Jesus voltar em glória. Se aplica a todos os crentes ao longo do tempo. Isso é apoiado pela passagem paralela em Lucas: “Porque, quem se envergonhar de mim e das minhas palavras, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos” (Lucas 9:26).
Tudo isso mostra que “esta geração” é uma figura de linguagem depreciativa que se refere a um tipo de povo perverso, não necessariamente aqueles de uma única geração biológica. Portanto, Jesus está dizendo que o grupo incrédulo de pessoas que o rejeitam não irá “passar” até que todos os eventos do Sermão do Monte ocorram. A geração incrédula passará, mas suas palavras, que se opõem a eles, nunca passarão.
11) II Tessalonicenses 2 – a Volta de Jesus e o Homem do Pecado
Os preteristas, principalmente os radicais, insistem que o Homem do Pecado descrito em II Tessalonicenses deve ter estado presente no primeiro século, e que Jesus o exterminou com sua vinda em 70 dC. No entanto, devemos rejeitar que o Homem do Pecado deve ter estado presente em 70 dC. Na verdade, há evidências ao contrário.
No contexto de II Tessalonicenses 2: 2, Paulo declara: “… não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola como enviada de nós, como se o dia do Senhor estivesse já perto“.
O que é traduzido aqui como “próximo” deve significar ‘iminente’ em oposição a ‘passado’, porque ninguém em Tessalônica teria se preocupado com o segundo advento de Cristo ser passado, visto que eles foram bem informados por Paulo em sua primeira carta que Seu segundo advento é universal e visível (1 Ts 4:14-18; 5:1-4).
Deve ser notado que na última referência, Paulo diz : “Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que aquele dia, como ladrão, vos surpreenda” (Ts 5:4).
Fica evidente que ele não falava de 70 dC. O povo de Tessalônica vivia numa distância consideravelmente longa e não seria atingido pelos efeitos posteriores (qualquer que tenham sido) da “vinda” do Senhor sobre Jerusalém para julgá-la. O que mudaria na vida daqueles cristãos com a vinda de Jesus em 70 dC?
Supomos que alguns deles estiveram em desobediência imediatamente antes de 70 dC – o que aconteceu com esses que estavam em trevas, e aquele dia, como ladrão, os surpreendeu? Evidentemente nada aconteceu com ninguém, exceto aos judeus que estavam confinados em Jerusalém.
Os efeitos que transformaram a vida daqueles convertidos em Tessalônica foram apresentados na morte e ressurreição de Jesus, quando se deu a mudança de Sacerdócio e de Concerto, o que os preteristas entendem ter ocorrido em 70 dC.
II Tessalonicenses 2: 3 diz: “Ninguém de modo algum vos engane; porque isto (a vinda de Jesus) não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição“.
Se o Apóstolo Paulo realmente acreditava que a presença do Homem do Pecado era iminente (se o Homem do Pecado fosse identificado como sendo um imperador Romano, por exemplo), então, ele certamente teria informado aos Tessalonicenses que o segundo advento de Cristo estava às portas por causa da presença do Homem do Pecado. No entanto, ele disse que o dia do Senhor não estava perto: “… não vos perturbeis … como se o dia do Senhor estivesse já perto… isto não sucederá sem que seja revelado o homem do pecado” (2 Ts 2:2,3). Ele registrou essas palavras 18 anos antes da destruição de Jerusalém – em 52 dC. A suposta vinda de Jesus não estava longe
Esse contexto é importante. Paulo indicou que os cristãos podiam saber que a vinda de Cristo não estava próxima até que este “Homem do Pecado” tivesse completado sua obra de engano e destruição e fosse vencido pelo próprio Cristo na sua vinda (II Tessalonicenses 2: 4). Em outras palavras, Paulo sabia que o Homem do Pecado não estava ainda presente no mundo.
Portanto, devemos rejeitar que a ‘vinda’ de Cristo referenciada em II Ts 2: 1 é Sua “vinda” figurativa em 70 dC, e não Seu segundo advento (Deve ser notado, novamente, que a carta foi escrita entre 51-52 dC, catorze anos antes de se iniciar o cerco romano a Jerusalém e dezoito até a invasão, onde ocorreu, segundo os preteristas, a volta do Senhor).
Repetindo: Paulo disse que Jesus não voltaria logo. Se ele tivesse, pelo menos, um pequeníssimo vislumbre de que a volta do Senhor deveria ocorrer muito em breve, em dezoito anos – 70 dC – certamente passaria essa informação aos Tessalonicenses. Porém, o que ele escreveu foi o contrário. Leia novamente partes dos versículos reunidos em uma só fala:
“Ora, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo … não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis … como se o dia do Senhor estivesse já perto… isto não sucederá sem que seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição” (2 Ts 2:1-3). Em outras palavras, ele disse que Jesus não viria logo.
12) A Revelação de Jesus Cristo é o Livro todo
Os preteristas parciais dão muito peso aos indicadores de tempo, como em Apocalipse 1: 1, para concluir que grande parte do Apocalipse ocorreu no primeiro século. Apocalipse 1: 1 diz: “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer“.
Alguns da ala Preterista Parcial negam que todos os eventos profetizados no Apocalipse ocorreram no primeiro século. Por exemplo, eles normalmente admitem que a maior parte de Apocalipse 19-22 ocorre após o primeiro século. Os preteristas completos repreendem os preteristas parciais por sua inconsistência em dizer que parte do Apocalipse ocorre após o primeiro século. É por isso que o preterista completo Russell escreveu sobre Apocalipse 21: “Todo o livro de Apocalipse pertence às ‘coisas que brevemente devem acontecer … todo o Livro de Apocalipse foi cumprido no primeiro século”.
E se eles admitirem que parte do Apocalipse não está no primeiro século, toda a força de seu argumento em passagens como Apocalipse 1: 1 desaparece. Não há mais razão para insistir que todos os eventos descritos em Apocalipse 13 devem ter ocorrido no primeiro século do que Apocalipse 21, simplesmente com base no indicador de tempo de Apocalipse 1: 1. Qualquer que seja o significado do indicador de tempo, “coisas que em breve devem acontecer“, de acordo com Apocalipse 1: 1, é descritivo das “coisas” registradas em “A revelação de Jesus Cristo”, e não uma parte delas.
Veja como as mesmas palavras de Apocalipse 1:1 podem ser encontradas no fim do Livro: “Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer” (Apocalipse 22:6). Isto está escrito após os capítulos que falam da volta de Jesus, da destruição de Satanás, da destruição da besta e do falso profeta e da descida da Nova Jerusalém do céu. Não se assuste – os preteristas estão tremendamente equivocados.
Apocalipse descreve a situação da era pós Apostólica até a época do Segundo Advento de Cristo, que é descrito nos capítulos finais do livro. Mas se eles descrevem o segundo advento, então porque João escreveria que as “coisas” do Apocalipse aconteceriam em breve?
É necessário lembrar que até mesmo João provavelmente não sabia o tempo do Segundo Advento de Cristo quando registrou esta profecia – quão longe ou quão perto seria no tempo. Lembre-se das palavras de Cristo: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Mateus 24:36). Não era intenção de Deus deixar os homens saberem quão rápido viria o segundo advento, nem no livro de Mateus nem aqui no livro do Apocalipse. Deus deseja que o homem esteja sempre atento, pois o Senhor pode vir na sua morte: “virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora que não sabe” (Mateus 24:50). Por isso nós somos encorajados a vigiar: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora virá o vosso Senhor … Portanto, estai também vós prontos, porque na hora em que não pensardes virá o Filho do homem.” (Mateus 24: 42-44).
Veja o item 1 de Contradições do Preterismo V: Timóteo e a Vinda de Jesus em 70 dC
Ele conhece o coração do homem depravado se este soubesse quando aconteceria o Segundo Advento: “Mas, se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu senhor demora-se, e passar a espancar os seus companheiros e a comer e beber com ébrios…” (Mateus 24:48,49). O que Deus quer que saibamos, de acordo com II Pedro, é que o tempo de Deus virá rápido, e devemos estar sempre preparados, porquê da grande perspectiva de tempo o evento virá rápido, pois “mil anos” são “como um dia” para o Senhor (II Pedro 3: 8). Essa própria Escritura fornece razões pelas quais este indicador de tempo foi usado no livro do Apocalipse.
13) “Porque reunirei todas as nações (não apenas Roma) contra Jerusalém”
Zacarias mescla os eventos da primeira vinda de Cristo com os da segunda vinda: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta. De Efraim exterminarei os carros, e de Jerusalém os cavalos, e o arco de guerra será destruído, e ele anunciará paz às nações; e o seu domínio se estenderá de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra” (Zc 9:9-10).
O versículo 9 obviamente se refere à primeira vinda do Senhor Jesus, Mt 21: 4-9. O versículo 10 antecipa a segunda vinda do Senhor Jesus. O senhor só reinará de mar a mar quando ele ferir as nações que se reúnem para fazer guerra com ele, Ap 19: 15,19: “Da sua boca saía uma espada afiada, para ferir com ela as nações; ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.
No manto, sobre a sua coxa tem escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores. E vi um anjo em pé no sol; e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu:
Vinde, ajuntai-vos para a grande ceia de Deus, para comerdes carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e dos que neles montavam, sim, carnes de todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes.
E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que estava montado no cavalo, e ao seu exército“.
Os capítulos 12-14 de Zacarias tratam do cerco de Jerusalém, da tribulação e da restauração do Israel nacional para o estabelecimento do reino do Messias. Nestes capítulos, o Senhor vai à batalha em nome de um Israel arrependido contra as nações que vêm para lutar contra ele.
Observe a continuidade dos últimos 5 versículos do capítulo 12 e os primeiros 6 versículos do capítulo 13. “Naquele dia” – o grande dia da expiação nacional de Israel – é usado 17 vezes nos últimos três capítulos e se refere ao tempo em que o Senhor “removerá a iniquidade da terra em um dia”, Zc 3: 9. É então que “uma fonte será aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para o pecado e para a impureza”, 13: 1: “Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi, e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza“. Zacarias 12:10 diz: “Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça e de súplicas; e olharão para aquele a quem traspassaram, e o prantearão como quem pranteia por seu filho único; e chorarão amargamente por ele, como se chora pelo primogênito”.
Esta proclamação do Senhor é citada em Apocalipse 1: 7. É um dia quando o dia do SENHOR virá (Zc 14: 1), a segunda vez sem pecado para a salvação, que é o cumprimento do Hebreus 9:28: “assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”.
1) “oferecendo-se uma vez”: Calvário.
2) “aparecerá segunda vez”: não ocorreu em 70 dC.
É claro que isso se refere à segunda vinda de Cristo, não 70 dC, como afirmam os preteristas! Observe Zacarias: “Eis que o dia do Senhor vem … Porque reunirei todas as nações (não apenas Roma) contra Jerusalém para a batalha … Então o Senhor sairá, e pelejará contra aquelas nações, como quando lutou no dia da batalha. E seus pés estarão naquele dia no monte das Oliveiras, que está diante de Jerusalém … e o Senhor meu Deus virá, e todos os santos contigo … e o Senhor será Rei sobre toda a terra” (14: 1,2 – 4,5,9).
Lembre-se das palavras dos anjos aos apóstolos: “Este mesmo Jesus, que foi elevado ao céu diante de vós, virá da mesma maneira que o vistes subir. Então eles voltaram a Jerusalém do monte chamado das Oliveiras” (Atos 1: 11,12).
Mateus 24:30, Apocalipse 1: 7 e Atos 1: 10-12 referem-se à segunda vinda do rei sobre toda a terra possuindo Seu reino teocrático prometido! (Zc 14: 9). Neste Reino, Ele reinará com Seus santos de mar a mar, e desde o rio até os confins da terra (Zc 9:10, Sl 72: 8). Depois que o Senhor volta e seus pés estão no Monte das Oliveiras, não há evidência de que ele vá embora. Seu reino é um reino eterno (2 Sm 7: 11-16, Dan 11:27).
14) Pedro, Paulo e o Julgamento sobre Jerusalém
“Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns” (1 Cor 9:22).
Salvar alguns de quê? Será que é da destruição de Jerusalém? Ele se refere aos judeus que viveram em Jerusalém e aos gentios que não viveram (vv 20,21). Será que Paulo tentou livrá-los dos pecados para que pudessem desfrutar do conforto do Cristianismo nesta vida?
Os apóstolos labutaram e sangraram de terra em terra e trabalharam com grande ansiedade para converter as pessoas ao Cristianismo, sabendo que a maioria dos seus conversos beberiam o cálice da aflição até a última gota e seriam privados de todo conforto terreno e sofreriam todo tipo de perseguição; sabendo também que todos seriam salvos no próximo estado … na ressurreição invisível de 70 dC. Segundo os preteristas ali eles receberam seu galardão:
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2 Coríntios 5:10).
O apóstolo e seus irmãos vão aparecer no fim dos tempos para receber as coisas de acordo com suas ações ou esse julgamento aconteceu ‘na destruição de Jerusalém?’ Segundo o modelo dos preteristas, devo acreditar que Paulo, quando diz em outro texto, ao ver que o tempo de sua partida se aproximava e que estava pronto para ser oferecido como libação na morte, provavelmente tinha sua alma repleta de emoções indizíveis pela expectativa de uma coroa que ele deveria receber no momento da destruição de Jerusalém. Está aí a idiotice preterista bem exposta. Além disso, como a destruição de Jerusalém poderia ser um julgamento para os coríntios, que viviam distante da Judéia?
Ouça Pedro: “E se o justo dificilmente se salva, onde comparecerá o ímpio pecador?”
Pedro quis dizer que os ímpios devem comparecer no julgamento final ou no julgamento que viria sobre Jerusalém? Se ele estava escrevendo para os cristãos espalhados pelo Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia que perigo eles estavam correndo do julgamento sobre Jerusalém? Se esse julgamento estivesse em sua mente, ele poderia tê-lo anunciado para os judeus de Jerusalém, mas por que falar disso em um estilo de advertência para pessoas que viviam em outras províncias e países?
Não houve nada na queda de Jerusalém e na matança, dispersão e cativeiro dos judeus que despertasse tão profundo interesse nos crentes de Tessalônica, Galácia ou nas sete igrejas da Ásia, e os levasse à vigilância. A suposição de sua vigilância é realmente absurda, pois foi um evento que em nenhum aspecto afetou sua segurança pessoal e bem-estar.
Os homens procuram eventos que lhes dizem respeito diretamente, não que simplesmente respeitem os outros que residem em países remotos e cujas desgraças estão confinadas a eles próprios. Seria um absurdo exortar o povo dos Estados Unidos para se preparar para um terremoto no Chile ou a erupção de um vulcão na Itália.
15) Tomando vingança dos judeus rebeldes em 70 dC
Os preteristas entendem o contexto a seguir como uma profecia de Paulo alcançando os judeus em 70 dC: “… que ele [Deus] dê em paga tribulação aos que vos atribulam e a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia, porquanto foi crido entre vós o nosso Testemunho” (2 Ts 1:4-10).
O problema sério para os preteristas completos, que negam a segunda vinda de Jesus, é que eles aplicam a justiça àqueles que simplesmente foram mortos em 70 dC em Jerusalém. Os mortos ímpios que perseguiram os Cristãos depois de 70 dC nunca serão retribuídos com aflição porque, segundo os preteristas, Jesus não vem mais. No entanto, não há como escapar da hermenêutica do texto, quando diz claramente que os ímpios serão recompensados na Sua vinda. Isto é, na segunda vinda que ainda não ocorreu.
A passagem apresenta a justiça como sendo ainda futura. Será “quando vier para ser glorificado nos seus santos … naquele dia em todos os que creem”. Jesus veio em 70 dC PARA JUDEUS REBELDES OU CRENTES? E de fato, Hebreus 9:28 diz que ele virá para os que o aguardam para a salvação, e chama essa vinda de segunda, não terceira: “Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação” (Hebreus 9:28).
Jesus não apareceu pela segunda vez na Jerusalém de 70 dC para ser glorificado nos seus santos que creem, pois, aqueles judeus eram rebeldes e incrédulos; nem mesmo veio para a salvação porque muitos foram mortos e os que restaram foram dispersos.
O problema central para os preteristas completos é que sua interpretação faz bagunça com os detalhes da passagem. Se esse juízo de II Ts 1:4-10 é específico para a Jerusalém em 70 dC, o que dizer de todos os cristãos que foram martirizados pelo Império Romano e pela inquisição? Provavelmente os preteristas não perceberam que a justiça foi violada com a interpretação deles. Eles fizeram com que a passagem se tornasse absolutamente silenciosa sobre qualquer “retribuição” posterior aos ímpios. Visto que o grande julgamento aconteceu em 70 dC, nenhum versículo da Bíblia fala de um julgamento posterior.
Então, novamente os preteristas são pegos no dilema de aplicar o cumprimento de cada passagem da Bíblia em 70 dC, enquanto buscam algum fragmento de escatologia inferencial para aqueles que vivem hoje. Sua hermenêutica é muito limitada para permitir isso. E tão limitada é, que eles não se perturbam em traduzir certas passagens de forma estupidamente ridícula e cômica:
Este é o texto que conhecemos de Mateus 16:27 : “Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai com os seus anjos, e então retribuirá a cada um segundo as suas obras” (Mateus 16:27)
A passagem na linguagem preterista: “Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai com os seus anjos, e então retribuirá a cada um [em Jerusalém] segundo as suas obras“.
16) Satanás está preso?
Os preteristas radicais, e de mentalidade “conservadora”, acreditam que o diabo está experimentando o tormento consciente eterno desde a morte de Jesus no Calvário. Eles usam textos como 2 Colossenses 2:14,15 (“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo”) alegando que cumpre Apocalipse 20:10: “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Apocalipse 20:10).
Uma boa parte do preterismo radical alega que o diabo foi lançado no lago de fogo em 70 dC e não tem mais qualquer influência sobre os cristãos. Dizem eles que o diabo estava “rondando como um leão” pouco antes da perseguição de Nero, mas depois disso ele não está mais ativo.
Os preteristas devem rasgar de suas bíblias Efésios 6, que diz: “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.
Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes” (Efésios 6: 10-13).
Na linguagem preterista, Efésios 6 não serve mais para os cristãos hoje por vários motivos:
a) Depois de 70 DC, não há necessidade de os cristãos permanecerem fores no Senhor porque o diabo se foi.
b) Depois de 70 DC, os cristãos não precisam da armadura completa de Deus porque o perigo já passou.
c) Depois de 70 DC nossa luta é APENAS contra carne e sangue e não mais espiritual.
d) 70 DC foi o “dia mau” e já passou, então não precisamos mais resistir ou nos proteger contra Satanás.
Um conjunto completo de versículos bíblicos foi removido da minúscula “Bíblia de bolso preterista” que adverte contra o diabo e os demônios.
A ação do nosso adversário após sacrifício de Cristo
A ideia de que Satanás já estava “amarrado” é claramente contradita pela declaração de Pedro: “o diabo, vosso adversário, anda ao derredor rugindo como leão, buscando alguém para devorar” (I Pedro 5: 8). O apóstolo Paulo se refere a Satanás como o “príncipe das potestades do ar, o espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Efésios 2: 2). Se Satanás está preso hoje, por que as nações ainda estão enganadas? Quem opera nos filhos da desobediência nessa era se Satanás está no lago de fogo?
As Escrituras afirmam que nossa luta – novamente Efésios – é “contra as potestades, contra os príncipes das trevas desta era, contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais” (Ef 6:12); “O mundo inteiro está sob a influência do Maligno” (1 João 5:19); e “nos últimos tempos alguns se afastarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas de demônios” (1 Timóteo 4: 1). E os preteristas tiveram a ousadia de declarar que a frase “nos últimos tempos” é referência para os últimos tempos de Jerusalém em 70 dC.
De fato, Satanás não está preso. A bíblia não ensina isso. Como satanás poderia estar aprisionado e ativo ao mesmo tempo? Se satanás está preso porque seu trono estava em “Pérgamo” especificado seu governo ali? (Ap 2.13). E a passagem foi escrita depois de 70 dC!
Em Apocalipse 19:11-16 está escrito que Cristo voltará a terra e Satanás será preso. Após o milênio será solto (Ap 20:7). Depois de sua última investida contra Deus e seu povo, ele será lançado no lago de fogo e dali jamais sairá.
17) Paulo, Himeneu, Fileto e a ressurreição dos justos
Os preteristas que afirmam que a ressurreição ocorreu “em 70 dC”, na verdade, são vítimas das mesmas acusações contra os hereges Himeneu e Fileto, os quais diziam que a ressurreição havia acontecido:
,”Mas evita as conversas vãs e profanas; porque os que delas usam passarão a impiedade ainda maior, e as suas palavras alastrarão como gangrena; entre os quais estão Himeneu e Fileto, que se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição é já passada, e assim pervertem a fé a alguns” (2 Timóteo:2:16-18).
Se a ressurreição deveria mesmo ocorrer em 70 dC, na volta do Senhor, que os preteristas alegam ser a vinda predita por Paulo em duas referências; a) aos Tessalonicenses, onde ele diz que “os mortos ressuscitarão incorruptíveis e os vivos serão transformados” (1 Ts 4:13-18) e b) em 1 Coríntios 15:23, onde a segunda vinda e a ressurreição do corpo são eventos simultâneos (“Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo na sua vinda”), então, o apóstolo só precisaria dar uma pequena repreensão em Himeneu e Fileto, acrescentando que eles erraram por pouquíssimos anos.
Paulo escreve a Timóteo – sobre esses dois hereges – durante sua segunda prisão em Roma, por volta de 66 dC, quatro anos antes da volta preterista de Jesus em 70 dC. O Apóstolo só precisaria esclarecer o mal entendido usando poucas palavras, pois o espaço de tempo também seria curtíssimo para o grande acontecimento. Ou seja, apesar de Himeneu e Fileto estarem errados, a ressurreição seria concretizada em breve.
Paulo nada antecipou porque a ressurreição dos santos, de todos os tempos, somente deve acontecer no fim dos tempos (João 11:23,24) e vai ser uma ressurreição literal, não simbólica como alegam os preteristas, pois nossa própria redenção é retratada como a redenção de nossos corpos (Rom. 8:23).
A Escritura ensina que a segunda vinda e a ressurreição do corpo são eventos simultâneos (1 Coríntios 15:23). Nesta passagem Paulo escreve: “Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo na sua vinda”.
Se a única vinda de Cristo é Sua vinda espiritual em 70 dC, então a ressurreição também deve ter ocorrido. Porém, quem viu? E porque os mortos continuam em seus túmulos?
A ressurreição corporal do crente está ligada à ressurreição de Cristo. 1 Coríntios 15 ensina que Cristo é as “primícias de todos os que dormem” e que “cada um deve ressuscitar por sua ordem: Cristo as primícias: depois os que são de Cristo na sua vinda” (v. 20, 23). Isso é provado não apenas pela palavra “primícias”, que significa que o primeiro molho é o mesmo que os outros na colheita da ressurreição, e a primeira parte de 1 Coríntios 15 define a ressurreição de Cristo em termos de seu corpo. A nossa ressurreição deve seguir o mesmo padrão. Ou seja, é ressurreição física mesmo, não apenas espiritual. Os preteristas argumentam contra isso quando negam a ressurreição corporal do crente.
Paulo deduziu que se nossos corpos não ressuscitam, então Cristo não ressuscitou (1 Coríntios 15:16). E acrescenta: “Ora, Deus não somente ressuscitou ao Senhor, mas também ressuscitará a nós pelo seu poder” (1 Coríntios 6:14). Além disso, João nos diz que quando Cristo for revelado, “seremos semelhantes a ele, porque o veremos como ele é ”(1 João 3: 2). O que quer que seja verdade sobre a ressurreição de Cristo, será verdade para nós. Como a ressurreição de Cristo foi uma ressurreição individual, a nossa também será. Isso tudo demonstra que a ressurreição dos mortos é corporal, ao contrário da ressurreição simbólica de estilo corporativo invisível apresentada pelo Preterismo.
Se os preteristas negam a futura ressurreição do crente, estão de fato estão repudiando a histórica ressurreição de Cristo. E se eles negarem a ressurreição da carne de Cristo, estarão negando o sacrifício, pois o desígnio da ressurreição corporal de Cristo era implementar Seu sacrifício no Calvário – ali Ele sofreu em seu corpo e em sua alma e veio para nos redimir de corpo e alma (Rom. 8:23 ; 1 Cor. 6:20).
A maioria dos evangélicos acredita que os preteristas levam as imagens apocalípticas longe demais. Embora a maioria dos estudiosos concorde que a imagem dos cataclismos cósmicos é simbólica, isso não pode ser aplicado, digamos, ao discurso do Novo Tstamento sobre pessoas ressuscitando dos mortos (por exemplo, João 5: 28-29; Rom. 6: 5; 8:11; 1 Cor. 15: 35–52; 1 Ts 4: 13–18). Quando o Novo Tstamento fala de uma futura ressurreição dos mortos, isso claramente significa o que a maioria dos judeus da época entendia: a saber, uma ressurreição corporal literal. A tentativa dos preteristas de espiritualizar a ressurreição é frequentemente considerada um dos pontos mais fracos de seu sistema teológico.
18) Casamento abolido após 70 dC !!!
“Então, lhes acrescentou Jesus: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento; mas os que são havidos por dignos de alcançar a era vindoura e a ressurreição dentre os mortos não casam, nem se dão em casamento. Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição” (Lucas 20:34-36).
Jesus refutou os saduceus, que não acreditavam em ressurreição de nenhum tipo. Ele diz que na “era pós-ressurreição” o casamento não existe porque homens e mulheres serão como os anjos.
Quem atinge a idade vindoura não se casa”, disse Jesus. Para os preteristas a era vindoura teve início em 70 dC – um prejuízo terrível para uma doutrina que divide as coisas em dois mundos (antes de 70 dC e depois de 70 dC) e uma enorme distorção das palavras de Jesus quando disse sobre os filhos desta era e os filhos daquela era. Ele fala deste tempo aqui neste mundo, e do tempo após sua segunda vinda. Porém, os preteristas alegam que esta era é uma era eterna sem fim!
Ao contrário das palavras de Jesus de que chegaria um tempo em que o casamento não existiria mais, os preteristas contradizem Jesus ao fazer com que o casamento nunca acabe na Terra que nunca será destruída. Em outras palavras, o casamento é tão eterno quanto a Terra, apesar de Jesus dizer que o céu a Terra e o casamento desapareceriam na segunda vinda na era por vir.
Aquela palavrinha “idade/era” irrita os preteristas. Se Jesus tivesse permanecido no tópico apenas usado a palavra ressurreição e não dissesse nada sobre “eras”, então os preteristas não teriam problemas aqui.
19) Nenhum discípulo viu a vinda de Jesus
Os cristãos passaram os últimos 2000 anos tentando adivinhar o tempo da segunda vinda do Senhor. O apóstolo Paulo teve que advertir os cristãos de sua época para continuar com seus negócios, pois aparentemente alguns estavam gastando todo o seu tempo esperando a volta de Cristo em vez de trabalhar e ganhar a vida para si e seus dependentes. Nada de vida ociosa, declarou Paulo: “Porque, quando ainda estávamos convosco, isto vos mandamos: se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2 Ts 3:10).
Jesus disse claramente aos seus discípulos que eles não O veriam voltar! (Lucas 17:22; Atos 1: 7-8).
“Então disse aos discípulos: Dias virão em que desejareis ver um dos dias do Filho do homem, e não o vereis” (Lucas:17:22).
Aqui o Senhor fala da sua segunda vinda, que não foi a vinda sobre Jerusalém em 70 dC; os dois textos imediatos deixam isso bem claro. Leia os três versículos numa só sequência:
“Então disse aos discípulos: Dias virão em que desejareis ver um dos dias do Filho do homem, e não o vereis.
Dir-vos-ão: Ei-lo ali! ou: Ei-lo aqui! não vades, nem os sigais;
pois, assim como o relâmpago, fuzilando em uma extremidade do céu, ilumina até a outra extremidade, assim será também o Filho do homem no seu dia” (Lucas:17:22-24).
O contexto de Atos mostra Jesus subindo aos céus e dois anjos dizendo aos discípulos que eles o veriam vir daquela mesma maneira: “Estando com eles, [Jesus] ordenou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual (disse ele) de mim ouvistes.
Tendo ele dito estas coisas, foi levado para cima, enquanto eles olhavam, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.
Estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles apareceram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu?
Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (Atos:1:4,9-11).
Atos 1 define claramente o segundo advento de Cristo em termos de sua ascensão, que foi física e visível. Por exemplo, em Atos 1: 8-11 Lucas tem o cuidado de dizer que os discípulos o estavam “vendo” enquanto ele ascendia; ele foi recebido acima e depois foi “ocultado dos olhos deles” (v 9b); eles estavam “olhando” enquanto ele “ia” (v. 10); eles continuavam “olhando” (v. 11); eles “viram” (v. 11). Claramente, sua ascensão foi um fenômeno visível e glorioso envolvendo seu corpo ressuscitado tangível. E havia uma nuvem visível real associada a ele (v. 10). Os mensageiros angélicos declaram resolutamente “este mesmo Jesus”, isto é, o Jesus que eles conheceram por mais de três anos, que agora está em um corpo ressuscitado tangível) “virá assim como para fazer céu o vistes ir” (v. 11 ).
Isso não aconteceu em 70 dC. A maioria dos discípulos, se não todos, já não mais estavam em Jerusalém e outros já haviam partido desse mundo. Assim, o que fica claro com essas declarações, uma de Jesus e a outra de dois anjos, é que os seus discípulos não estariam vivos quando Ele voltasse.
Ele também disse a Seus discípulos que eles não deveriam se preocupar com o tempo do estabelecimento do Reino. Pouco antes de Sua ascensão, os 11 discípulos perguntaram-lhe quando ele estabeleceria o seu Reino. Ele respondeu dizendo:
Atos 1: 7-8 diz: “… A vós não vos compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai reservou à sua própria autoridade” (Atos:1:7).
Se eles tivessem entendido que Jesus lhes tinha dito anteriormente (em Mateus 24:3-36 por exemplo) que o estabelecimento do Reino seria em 70 dC, não teriam feito a pergunta. E, além disso tudo, ainda há um agravante seríssimo no caminho do Preterismo: O Cânon da Bíblia não foi concluído até depois de 70 dC – alguns dos discípulos de Jesus ainda estavam vivos. Por que esses discípulos não escreveram sobre o retorno de Jesus em 70 dC? Simplesmente porque não ocorreu. Aliás, um deles disse que Jesus não havia voltado em 70 dC.
Leia o que o escritor das pequenas epístolas que leva o nome de João registrou entre 85-95 dC: “E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não fiquemos confundidos diante dele na sua vinda” (1 João 2:28).
E agora preteristas?
20) Você pode ser um hiper preterista…
– Quando você machuca as costas jogando futebol e seus amigos olham para você e dizem: “você tem um corpo glorificado, não é?”, você pode ser um hiper preterista.
– Se você diz que leva os textos do tempo a sério, e considera que 1 João foi escrito às 23 horas em 69 dC, uma vez que diz: “sabemos que é a última hora” (1 João 2:18), você pode ser um hiper preterista.
– Se você acha que 70 dC foi o evento mais importante da história, e não a cruz, você pode ser um hiper preterista.
– Se você for expulso de todas as igrejas que frequenta, pode ser um hiper preterista.
– Se você acredita que Jesus voltou em 70 dC porque Tiago disse que “a vinda do Senhor está próxima”, mas engasga quando faz a leitura de Obadias 1:15, você pode ser um hiper preterista.
– Se o seu ensino é gangrenoso, você pode ser um hiper preterista.
– Se você não toma a ceia do senhor porque um dos motivos a ser adotado é “proclamar Sua morte até que Ele venha“, você é um hiper preterista.
– Se suas tendências teológicas anteriores foram outras posições heréticas, você pode ser um hiper preterista.
– Se você é fã da “Teologia da Nova Aliança“, e afirma que essa aliança teve início em 70 dC, você pode ser um hiper preterista.
– Se você não derrama mais lágrimas, não pranteia, não faz nenhum clamor, nem lamento e nem sente dor, você é um hiper preterista.
– Se você está no novo céu e na nova terra, tem seu corpo glorificado, e ao perceber isso não está deprimido e nem se sentindo enganado, pode ser um hiper preterista.
– Se você acredita que o lobo se deita com o cordeiro, que as metralhadoras foram transformadas em arados e que as nações não estão mais em guerras, você é um hiper preterista.
– Se você acredita que todas as outras posições cristãs sobre a ressurreição e o segundo advento, estão erradas, e que só você está correto, pode ser um hiper preterista.
As Contradições do Preterismo não tem fim …