O Preterismo ensina que a maioria das profecias, as quais nós conhecemos como profecias vaticinadas para os tempos do fim, já se cumpriram.
A escola preterista alega que a Grande Tribulação ocorreu na invasão de Jerusalém em 70 dC pelas tropas do General Tito. Para os preteristas não há ressurreição dos mortos, nem arrebatamento da Igreja, e muito menos julgamento final e volta de Jesus – muitos preteristas acreditam que Jesus já voltou. Leia o que escreveu um deles: “Os Últimos Dias é uma expressão bíblica para o período do Advento de Cristo e da destruição de Jerusalém em 70 dC: os ‘últimos dias’ de Israel”.
Eles entendem que essa volta de Cristo aconteceu quando ele veio em julgamento sobre Jerusalém em 70 AD. Isto significa que passagens como Mateus 24:30 e Apocalipse 19:11, que têm sido tradicionalmente interpretadas como referências a segunda vinda de Cristo, devem de alguma forma ser entendidas como representando Cristo vindo misteriosamente através do exército romano que conquistou Jerusalém em 70 dC. No entanto, vamos descobrir que esse tipo de abordagem ultrapassa a realidade da hermenêutica bíblica.
As Contradições do Preterismo não tem fim …
1) Ele não veio para Julgar Israel em 70 dC
A escola preterista ensina que a vinda de Jesus sobre Jerusalém em 70 dC significa a vinda escatológica, a vinda denominada de “ira futura” – a unica vinda apresentada nas Escrituras, a qual conhecemos como Segunda Vinda.
Evidente que não há base escriturística para tal afirmação. Jesus disse que quando o Filho do Homem viesse, ele se sentaria em seu trono glorioso e julgaria as nações de acordo como eles haviam tratado seus discípulos (Mt 25: 31-32). A função da passagem pode ser mais retórica do que estritamente reveladora, mas pelo menos mostra que as nações estavam no campo de visão. Mesmo para Jesus, não era tudo sobre Israel. Compare isso com as palavras de Paulo, o qual acreditava que Deus não estava mais disposto a ignorar a idolatria dos gregos. Ele disse aos homens de Atenas que Deus havia fixado um dia em que julgaria essa civilização pagã em retidão “por um homem a quem ele designou” (Atos 17: 30-31). Os tessalonicenses abandonaram seus ídolos para servir o Deus vivo e verdadeiro, e para “aguardar seu Filho do céu, a quem ressuscitou dentre os mortos, Jesus que nos livra da ira futura” (1 Tessalonicenses 1:10). Esta é a ira que estava por vir sobre o mundo (oikoumenē) idólatra pagão que Paulo falou em Atenas. A “ira futura” não era a Vinda de Jesus sobre Jerusalém, como prega a doutrina preterista.
Os inimigos pagãos dos crentes tessalonicenses perseguidos serão julgados “quando o Senhor Jesus for revelado do céu com seus anjos poderosos em chamas de fogo, infligindo vingança sobre aqueles que não conhecem a Deus e sobre aqueles que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus” (2 Tessalonicenses 1: 7-8). Mais precisamente, o “homem da iniquidade”, semelhante aos Césares, que “se opõe e se exalta contra tudo que é chamado deus ou objeto de adoração, de modo que ele toma assento no templo de Deus, proclamando-se Deus”, será trazido a nada pela aparição da vinda de Jesus (2 Tessalonicenses 2: 3-8). Como em Daniel, a aparição do filho do homem está intimamente ligada à destruição do blasfemo oponente pagão do povo de Deus.
Os anjos de Apocalipse 14: 6-11 proclamam as “boas novas” de um julgamento vindouro contra “Babilônia, a grande, que fez todas as nações beberem o vinho (doutrina) da sua prostituição”. Vemos um paralelo no chamado a todos os povos para adorar o Criador nos mesmos termos da pregação de Paulo aos atenienses (Apocalipse 14: 7; cf. Atos 17: 24-25). Em outras palavras, esse julgamento é contra o pano de fundo de uma clássica polêmica judaica contra a idolatria pagã. É o julgamento da Roma pagã!
2) A Moeda de Domiciano e a data do Livro de Apocalipse
A data para o livro do Apocalipse é um tópico muito debatido. As duas visões predominantes são: a data inicial durante o reinado do Imperador Nero, 65 dC, data adotada pelo Preterismo, que vê a maior parte do Livro do Apocalipse sendo cumprido com a destruição de Jerusalém em 70 dC. A segunda visão é a data tardia para o Livro durante o reinado do Imperador Domiciano – 95 dC.
No final do primeiro século dC, o imperador romano, sedento de poder, cunhou moedas como propaganda política para influenciar sua cultura. Este artigo espreita através dessa janela e examina uma moeda do reinado do Imperador Domiciano. Esse detalhe prova como o regime de Domiciano atacou algumas verdades imutáveis da Palavra de Deus no livro do Apocalipse, e constrói uma sutil refutação e resistência contra o Imperador e mostra como os detalhes dessa moeda provincial romana pode revelar a data da escrita do Livro.
O exemplo clássico da Dinastia Flaviana usando moedas para fins de propaganda são as moedas “Judea Capta”. Estas moedas foram cunhadas pelos imperadores Vespasiano e Tito e representam um soldado romano que estava de guarda ao lado de uma palmeira com uma Judeia chorosa sentada debaixo da árvore. No limite estão as palavras “Judea Capta”, que traduzidas significam, “A Judeia é capturada”. Esta moeda comemora o fim da Primeira Revolta Judaica e a destruição de Jerusalém em 70 dC. Havia judeus em todo o mundo romano e a mensagem de propaganda destas moedas eram claras: “Você, ou qualquer outra pessoa, não pensa em se revoltar novamente. Nós vamos derrotá-lo assim como nós derrotamos os judeus!”
O imperador Domiciano teve um problema de ego definido. Na Roma Imperial, o senado deificaria um imperador somente após a morte. No entanto, Domiciano, como Gaius Calígula, não pode esperar até a morte, então ele se deificou enquanto estava vivo. Isto é bem atestado por alguns escritores antigos.
Suetônio (75 dC – 140 dC), em seu livro Vidas dos Césares, escreveu: “Sem menos arrogância, ele começou da seguinte maneira ao emitir uma carta circular em nome de seus procuradores: ‘Nosso Mestre e nosso Deus sugerem que seja feito‘ (“Dominus et deus noster hoe fieri iubet”) (Domiciano 13: 2). Ele também se deleitava na adulação das pessoas no anfiteatro quando gritavam: “A boa fortuna atende a nosso Senhor e Senhora” (Domino et dominae feliciter!”) (Dom. 13: 1) uma referência a si mesmo e a sua esposa.
Plínio, o Jovem (nascido em 61 ou 62 dC – morreu antes de 113), escreveu em seu Panegírico, uma homenagem ao imperador Trajano: “Ele (Domiciano) era um louco, cego ao verdadeiro significado de sua posição, que usou a arena para colecionar acusações de alta traição, que se sentia menosprezado se não prestávamos homenagem aos seus gladiadores, levando-os a criticar a si mesmo e vendo insultos à sua própria divindade; que se considerava igual aos deuses, mas elevava seus gladiadores ao seu igual ”(33: 4).
Dio Cassius, em sua História Romana, escreveu: “Ele até insistiu em ser considerado um deus [theos] e teve grande orgulho em ser chamado de ‘mestre’ [despotus] e ‘deus’ [theos]. Esses títulos foram usados não apenas na fala, mas também em documentos escritos”(Epítome do Livro 67: 5: 7). Em outro lugar ele escreveu: “Um Juventus Celso, conspirou contra Domiciano… Quando ele estava prestes a ser condenado, ele implorou para que ele pudesse falar com o imperador em particular, e então reverenciou diante dele e depois repetidamente chamou-o ‘mestre’ [despoton] e ‘deus’ [theon] termos que já estavam sendo aplicados a ele por outros” (Epítome do Livro 67: 3: 4).
A moeda
A moeda foi cunhada em 83 dC, e foi intitulada DIVI CAESAR (“Divino César”). Ela foi cunhada em ouro e prata e tinha o busto de Domiciano. No verso estava seu filho que nasceu no segundo consulado de Domiciano em 73 dC e morreu no segundo ano depois que ele se tornou imperador em 82 dC (Suetônio, Domiciano 3: 1).
Ele é descrito nu e sentado em um globo com os braços estendidos cercados por sete estrelas! A inscrição em torno dizia “DIVUS CAESAR IMP DOMITIANI F [ILIUS]. “; traduzido significa “o divino César, filho do imperador Domiciano“. O Filho é representado como o filho Júpiter (Júpiter sendo o chefe do panteão romano). O globo representa o domínio e o poder do mundo, enquanto as estrelas revelam a natureza divina do filho do imperador. A criança representada no globo era considerada filho de deus [Domiciano] e conquistadora do mundo. Essa figura, o filho de Domiciano, tem o universo em suas mãos, e para nos dar um novo ângulo, existe a moeda, que na verdade apenas mostra o lado subversivo dos imperadores romanos e suas reivindicações.
Note que “O Divino César, filho do Imperador Domiciano” senta no globo e estende as mãos para sete estrelas – onde já vimos algo semelhante antes? Falando de Cristo, Apocalipse 1:16 diz: “e ele tinha em sua mão direita sete estrelas”. Essas semelhanças são inconfundíveis. Domiciano deve ter visto no cristianismo uma ameaça às suas próprias reivindicações de divindade para si e para seu próprio filho.
O ‘divino’ Domiciano atreveu-se a cunhar moedas mostrando seu filho morto como um deus, sentado no globo terrestre segurando as sete estrelas. Agora, João nos mostra um Jesus que faz exatamente a mesma afirmação, e única: o Filho de Deus “segurando” as estrelas, que diz que esteve morto, mas na verdade está vivo empunhando o poder universal. Parece bastante claro que, no mínimo, o Apocalipse foi escrito após esta moeda ter sido cunhada, e que a intenção da revelação foi atingir com uma resposta à alegação do Imperador Domiciano.
Nada chega ao coração de como o Apocalipse funciona melhor do que esta simples imagem. É uma das poucas imagens no Apocalipse que é realmente explicada. O paralelo interessante é que João nos diz que as sete estrelas representam os “anjos das sete igrejas” (1.20). Assim, em um nível bem superior e melhorado, a imagem é direta: Jesus é quem segura – quem comanda – os anjos, os espíritos dessas sete igrejas. A imagem do Apocalipse de Jesus com sete estrelas na mão pode ser uma alusão a essa moeda e uma crítica implícita a ela. Não é a família imperial romana que tem a primazia e o domínio, mas Jesus. Então, você poderia argumentar que essa imagem mostra que Jesus mantém todos os anjos de todas as igrejas em suas mãos.
O escritor do Apocalipse, em pleno governo do deus Domiciano, revela quem era realmente Deus e o Filho de Deus ao escrever: “e no meio dos sete candeeiros Um como o Filho do Homem, vestido com uma roupa até os pés … Ele tinha na sua destra sete estrelas” (Ap 1: 13,16). Ele se refere a esta visão na carta à igreja em Tiatira, quando o Senhor Jesus se identifica como o “Filho de Deus” (Ap 2:18). ). João identifica Jesus como o governante dos reis na terra (1: 5), e as imagens das sete estrelas se encaixam no contexto maior do livro, que contrasta o reino de Cristo com o da Roma Imperial.
Os títulos exigidos não pertencem a Domiciano e seu filho, pelo contrário, é de Deus Pai e de seu Filho Jesus de Nazaré. Portanto, está aí uma prova material palpável, e o mais incrível é que temos UMA FOTO da moeda, vista como uma peça incrível que vem confirmar a datação do Livro de Apocalipse, que pode ser localizada algum tempo após a moeda ter sido cunhada e ter entrado em circulação, o que ocorreu em cerca de 82-83 AD.
3) O Templo havia sido Destruído (Ap 11:1,2)
Apocalipse 11:1,2: “E FOI-ME dada uma cana semelhante a uma vara; e chegou o anjo, e disse: Levanta-te, e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. E deixa o átrio que está fora do templo, e não o meças; porque foi dado às nações, e pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.”
Aviso aos preteristas com problemas cardíacos: O argumento apresentado em Apocalipse 11:1,2 revela que o templo de Jerusalém estava destruído, prova de que o Livro de Apocalipse foi escrito depois da derrocada de Jerusalém. Preciso dizer que não nego haver um cumprimento para a Igreja, mas acredito piamente que Deus revelou algo mais…
Um ponto que não pode ser esquecido tem a ver com a natureza do templo que é mencionado. Está localizado no céu ou é o templo terreno de Jerusalém? Ou deveria, talvez, ser entendido como um símbolo para o povo de Deus? Esta última possibilidade é as vezes adotada por intérpretes, mas é incapaz de explicar a função precisa do altar, os adoradores e a cidade santa. Regularmente, todos eles são tomados como metáforas do povo de Deus, mas isso não explica adequadamente a abundância de imagens, exceto se admitirmos um cumprimento duplo para o texto, o que não pode ser descartado. Além disso, questiona-se se uma interpretação simbólica faz justiça à linguagem muito concreta e histórica do texto. Histórica porque nos trás nuances da destruição do templo de Jerusalém.
Uma localização celestial para esse templo também é problemática, porque a ameaça evidente que as nações representam faz com que seja difícil imaginar que a menção é ao templo no céu. Ou seja, não seria possível aos gentios pisarem o templo celestial. Além disso, as passagens que precedem e seguem Apocalipse 11:1,3 ocorrem na Terra e não há indicação de uma mudança de cenário. Portanto, parece provável que o “templo” de Apocalipse 11 esteja localizado na Terra.
Deve ser notado neste ponto que o argumento de que Ap 11.1-2 não pode se referir à destruição do templo terrestre em 70 dC, não tem fundamento. O autor do Apocalipse em nenhum lugar simplesmente relata eventos; ele sempre procura interpretá-los. Não há razão para que João não tenha escrito uma interpretação teológica no fim do primeiro século do que aconteceu em 70 dC.
Porém, a primeira visão, a de muitos comentaristas eminentes, forma um dos fundamentos principais sobre os quais eles insistem que o templo de Herodes, no Monte Moriá, ainda existia quando o Apocalipse foi escrito. João não podia, alegam, ter sido instruído a “medir” o templo se aquele prédio já tivesse sido derrubado, e nem uma pedra deixada sobre a outra. No entanto, quando atendemos às palavras, parece que essa visão deve ser posta de lado em favor de uma interpretação mais consistente.
Considerando que João, em diversas visões, além de contemplar a Nova Jerusalém e ver um templo no céu, sugere que o templo de Jerusalém já havia sido derribado.
João escreveu que Jesus prometeu “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá…” (Ap 3:12), mas não é o templo terrestre. Mais adiante João registra sobre aqueles que estão “diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo…” (Ap 7:15). E ainda, mesmo dentro do capítulo 11, que fala sobre medir o templo, encontramos menção sobre esse templo celestial quando descreve que “… abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da sua aliança foi vista no seu templo…” (Ap 11:19). E João continua registrando suas visões do céu: “E depois disto olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu” (Ap 15:5).
Se considerarmos a cronologia preterista, assumindo que Apocalipse foi escrito antes da destruição de Jerusalém, então temos aqui dois templos, um em Jerusalém e outro no céu! Não pode haver dois templos! Apocalipse não foi escrito antes da destruição de Jerusalém, mas depois. O sacrifício, Jesus, já havia subido ao céu. O templo foi transferido para as regiões celestiais.
E atenção! Apesar de o templo em Jerusalém ter sido destruído, o sacrifício ainda era oferecido, mas em vão!
Apocalipse 11:1,2 fala do santo dos santos, denominado de templo, pois era a área central do sacrifício. Clemente, que a maioria dos estudiosos acredita, escreveu no meio da década de 90, refere-se ao sacrifício como se o segundo templo ainda estivesse de pé: “Irmãos, cada qual de nós agrade o Senhor em sua função, vivendo em boa consciência, não transgredindo as regras de seu ofício e exercendo-o com toda a dignidade. Irmãos, nem por toda parte são oferecidos sacrifícios perpétuos ou votivos, de expiação e remissão, mas apenas em Jerusalém. E lá mesmo não se oferece em qualquer parte, mas apenas na frente do santuário, sobre o altar, e só depois que o sumo-sacerdote e os seus auxiliares, acima mencionados, examinarem atenciosamente a oferenda” (I Clemente Capítulo XLI: 1,2).
Esse é o contexto encontrado no tempo de Domiciano. Contexto muito bem documentado pelo escritor do Apocalipse 11:1,2. Assim, o templo em si não estava mais em pé. Observe o verso 2 de Apocalipse 11 na versão em inglês da American Standard. Note a parte em itálico: “And the court which is outside the temple, leave, and measure it not; for it hath been given unto the nations: and the holy city shall they tread under foot forty and two months.”.
Tradução
“E o tribunal (o átrio) que está fora do templo deixa de fora, não meça isso, porque foi dado às nações, e a cidade santa eles pisarão por quarenta e dois meses”.
Observe que a tradução também usa o verbo no passado para se referir ao tempo dos gentios com relação à cidade santa mencionada no texto: “… foi dado as nações (gentios)”.
Não é de admirar, pois o próprio Jesus, que citou através do anjo as palavras em Apocalipse 11:2, também as citou pessoalmente em Lucas 21:24, porém, com um detalhe assombroso. Observe os verbos no tempo futuro, quando ele diz que o povo de Israel “… para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos destes se completem.”
Jesus, em Lucas, fala de um tempo futuro: “…serão levados cativos; e Jerusalém será pisada”
O mesmo Jesus em Apocalipse usa o verbo no passado e no presente do indicativo: “… foi dado às nações, e a cidade santa eles pisarão por quarenta e dois meses”.
Portanto, Apocalipse 11:1,2 declara exatamente o contrário daquilo que o preterismo ensina: O templo de Jerusalém aparece destruído, apesar de o sacrifício de animais ainda estar em vigor.
O termo grego empregado aqui em Apocalipse para templo não significa os edifícios do templo como um todo, mas apenas seu santuário ou santuário mais interior, aquela parte conhecida como o “Santo dos Santos”, que foi separada de todas as outras partes da estrutura sagrada pelo segundo véu. Por esse motivo é que fala do “átrio fora do templo”, que não deveria ser medido. Ou seja, fora do lugar do sacrifício e não fora dos edificios do templo, pois jamais existiu átrio fora das dependências gerais do templo, mas sempre dentro.
A palavra ναός (naos) é próxima, mas não idêntica a ἱερόν (hieron). Esta última refere-se em geral a todo o complexo do templo e a “área consagrada ao redor”, enquanto o primeiro geralmente se refere ao santuário propriamente dito. O escritor de Apocalipse não usou a palavra ἱερόν e, portanto, podemos concluir que ναὸν foi escolhida em oposição consciente a ἱερόν. Isso aconteceu pelo simples fato de “João” ter feito referência ao local do sacrifício, ao altar, e não ao edifício do templo porque este já havia sido destruído.
4) Regozijo com a queda de Jerusalém !!!
No capítulo 18 de Apocalipse é registrada a queda de Babilônia, que segundo os Preteristas é Jerusalém, derrotada e caída em 70 dC pelas tropas do exército Romano. O verso 20 conclama os servos de Deus e os céus a se alegrarem com a queda dessa Metrópole: “… Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e coito de todo espírito imundo, e coito de toda ave imunda e odiável… Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela”, Ap 18:2,20,
Primeiro é um anjo que desce a terra e brada alto com a queda de Babilônia (18:1). Depois, todo o céu, juntamente com os Profetas e Apóstolos são chamados a comemorar a derrocada dessa grande cidade com alegria e regozijo.
Também em Apocalipse 19:1-6 está registrada a alegria de vários seres celestiais quando Babilônia cai. O louvor é ouvido por muitos (vv. 1-3), os anciãos e quatro criaturas vivas (v.4), uma voz do trono (v.5) e uma grande multidão (v.6).
Por que essa alegria contagiante pela queda de Jerusalém (?), se o que vemos da parte dos santos servos do Senhor é lamento e pranto em inúmeras situações semelhantes? Jeremias chorou profundamente quando o povo do Senhor foi levado cativo (Jer 13:17) e quando Jerusalém caiu em 586 aC (Lam 2:11-13).
Se essa é realmente Jerusalém, por que Jesus foi visto, quase 40 anos antes, chorando quando falava exatamente da destruição da cidade?
“E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela, dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos”, Lucas 19:41,42.
Este ponto torna-se ainda mais contraditório se os 24 anciãos (Ap 19:1-4) representam realmente a Igreja. Essa alegria estaria fora de lugar para a Igreja Primitiva.
Para as mulheres que choravam na via crucis, Jesus conclamou que chorassem pela iminente destruição que viria sobre Jerusalém: “E seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais batiam nos peitos, e o lamentavam. Jesus, porém, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos”, Lucas 23:27,28.
O anjo enviado por Deus – ou o próprio Jesus – brada em Apocalipse 18:20: “Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela”. Porém, em Lucas nós vemos Jesus se dirigir para aquela multidão que lamentava dizendo que chorassem por Jerusalém!
Como conciliar que o mesmo Jesus chama o povo a chorar pela queda de Jerusalém em Lucas, mas em Apocalipse ele chama a multidão a alegrar-se?
Paulo já tinha avisado que não houvesse nenhuma presunção dos gentios, ou mesmo algum tipo de exaltação (alegria, regozijo) quanto aos ramos naturais (Israel) terem sido cortados: “Não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti”, Romanos 11:18.
É plano de Deus reenxertar esses ramos. Se a rejeição de Israel a Cristo significava reconciliação para o mundo, quanto mais quando Israel retornar a Deus abençoando o mundo:
“E se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!”, Romanos 11:12.
Essa instrução de Paulo nos garante que a Igreja se regozijará sobre Jerusalém. Um ensino inevitavelmente contraditório para a proposta preterista em Apocalipse 18 e 19.
O motivo de regozijo pela queda de uma cidade que causou a morte do povo de Deus é encontrado em Jeremias com referência a Babilônia. E com um detalhe assombroso para a escola preterista: essa profecia não teve cumprimento: “Então os céus e a terra, e todo o que neles há, cantarão de alegria sobre Babilônia, porque os destruidores virão contra eles do norte, diz o Senhor. Como babilônia fez cair mortos os de Israel, assim em babilônia cairão os mortos de toda a terra” (Jer 51: 48,49)
Essa passagem também explica a referência ao sangue de “todos os que foram mortos na terra” em Apocalipse 18:24, que diz, “E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra”.
A declaração sobre a morte dos profetas e santos em Apocalipse é reclamada pelos preteristas como sendo aquela fala de Jesus em Lucas 13:3, que responsabiliza de Jerusalém pela morte dos profetas, de Abel a Zacarias. No entanto, não é a mesma declaração. Aqui é a declaração sobre Babilônia, e a alusão aos “santos”, avança, naturalmente, também para as igrejas em todo o território Romano até a queda do império e a perseguição subsequente a todos os cristãos em todo o mundo perpetuada pela Igreja Católica Romana.
Apocalipse é um Livro profético!
A responsabilidade não pode ser lançada sobre Jerusalém; a culpa recai sobre outra! Por uma hipérbole natural, Roma é responsável pelos assassinatos, judiciais e de qualquer outra forma, de santos e profetas e os mortos de Israel em geral – incluindo os “apóstolos” de Apocalipse 18:20, provavelmente para incluir judeus mortos, bem como mártires pré-cristãos. Roma aqui é o último e pior expoente da perseguição. Seu colapso é atribuído ao sangue dos cristãos, tirando a total retribuição de Deus à Jerusalém: “A violência que se fez a mim e à minha carne venha sobre babilônia, dirá a moradora de Sião; e o meu sangue caia sobre os moradores da Caldéia, dirá Jerusalém. Portanto, assim diz o Senhor: Eis que pleitearei a tua causa, e tomarei vingança por ti; e secarei o seu mar, e farei que se esgote o seu manancial” (Jeremias 51:35,36)
São profecias de duplo cumprimento!
A vingança divina será aplicada com sucesso!
Três razões para a queda da prostituta são dadas: (1) A grandeza mundana de seus comerciantes, que se deveu ao tráfico profano de coisas espirituais. (2) Suas feitiçarias ou truques, em que o falso profeta que ministra à besta em sua última forma deve excedê-la; compare “feiticeiros” (Ap 21: 8; 22:15), especialmente mencionados entre os condenados ao lago de fogo. (3)Apocalipse também inclui idólatras que serão condenados ao lago de fogo – idólatras que jamais poderiam ser habitantes da Jerusalém de 70 dC, pois a nação era estritamente monoteista – os judeus NÃO FABRICAVAM ÍDOLOS E MUITO MENOS OS ADORAVAM (Rm 2:22).
Vejam: “E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios, e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua fornicação, nem dos seus furtos” (Apocalipse 9:20, 21).
Deveria causar espando aos leitores de como um livro profético, que fala de profecias para cumprimento futuro, possa incluir nas suas previsões o castigo para a idolatria de uma forma tão explícita e a apologética católica romana ainda duvidar não ser esse um vaticínio que indica o julgamento da Roma Papal, e ser visto pelos preteristas como um quadro da Jerusalém de 70 dC. É fato que isso só pode ser uma referência escandalosa para a Roma Católica, como é suposto, e sua condenação no fim dos tempos. A palavra é por demais clara, pois fala daqueles que “não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios, e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar”.
Nós estamos lendo uma profecia do último livro do Novo Testamento. Isso é muito sério. Não há aqui nenhuma chance de localizar Judeus pós-ressurreição de Jesus, ou quem quer que seja, que seriam alvos do julgamento de Cristo por causa das suas idolatrias até a destruição de Jesrusalém em 70 dC.
A Babilônia de Apocalipse não é Jerusalém!
5) Como nos dias de Noé
Jesus disse que o fim dos tempos seria como os dias de Noé. Devo lembrar que para uma ala do Preterismo “fim dos tempos” significa o julgamento que veio sobre Jerusalém em 70 dC.
A implicação do contexto sobre os dias de Noé é clara: as pessoas seriam más e sem noção do julgamento que estava por vir que de repente veio sobre eles, e eles pereceram.
“Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem.
Então, estando dois homens no campo, será levado um e deixado outro; estando duas mulheres a trabalhar no moinho, será levada uma e deixada a outra.
Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mt 24: 38-41).
Os judeus em 70 dC não estavam distraídos, nem se divertindo casando-se e se dando em casamento. Eles não estavam dispersos e perceberam muito bem o perigo ao redor – o exército romano – que não veio de repente, pois o cerco demorou seis meses. Portanto, não podemos aplicar essa situação para os judeus de 70 dC.
Como , então, 70 AD pode ser aplicado como um tempo para as nações, e quando essas nações estavam, de fato, se divertindo? Quando a destruição os atingiu? Que nações foram essas e o que sabemos sobre elas? Onde estão os fatos?
Hoje há mais mal na terra do que nos tempos de Noé, Sodoma e Gomorra, mas mesmo assim os preteristas acreditam que a maldade dessa era ficará sem julgamento.Onde cumpriu-se a profecia de Jesus sobre os julgamentos que culminaram com “a vinda do Filho do homem”, cuja descrição se assemelham aos dias anteriores ao dilúvio? Que dias são esses se os preteristas alegam que não hávera mais terror tribulacional e nenhum vestígio de julgamento?
Simplesmente não aconteceu ainda!
“Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor”
6) Babilônia não é Jerusalém – Profecias não Cumpridas
O Preterismo transformou Jerusalém em Babilônia. Para a Escola Preterista, a Grande Cidade que aparece no Livro de Apocalipse é Jerusalém. Esta cidade: “E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra” (Apocalipse:17:18).
Ela aparece novamente em Apocalipse 18:21: “Então um poderoso anjo levantou uma pedra como uma grande pedra de moinho e atirou-a ao mar, dizendo: “Assim, babilônia, a grande cidade, será derrubada com violência, e não mais será achada…”. Este oráculo foi anunciado pelo profeta Jeremias, não contra Jerusalém, mas sim contra Babilônia: “E será que, acabando tu de ler este livro, atar-lhe-ás uma pedra e lançá-lo-ás no meio do Eufrates. E dirás: Assim será afundada babilônia, e não se levantará… ” (Jer 51: 63–64). O cumprimento profético está em Apocalipse 18:21.
A descrição da queda de “Babilônia, a grande”, a qual aparece em Apocalipse, está impregnada de alusões aos oráculos do Antigo Testamento concernentes à Babilônia. Alguns desses oráculos são, na verdade, profecias que ainda não tiveram cumprimento. E note que nenhuma tentativa óbvia é feita para conectar a narrativa com os relatos sobre o julgamento divino contra Jerusalém.
Aqui é uma palavra contra Babilônia: “Ela tornou-se morada de demônios, um refúgio para todo espírito imundo, um lugar para toda ave impura, um refúgio para toda ave imunda e detestável” (Ap. 18: 2) corresponde ao oráculo contra Babilônia em Isaías 13: 21: “Mas os animais selvagens se deitarão ali e suas casas estarão cheias de criaturas uivantes; ali habitarão avestruzes, e cabras selvagens dançarão”(Is 13:21). Um detalhe: a profecia não se cumpriu ainda. Além disso, a imagem de cidades em ruínas, que se tornam morada para demônios e animais selvagens, é aplicada a Babilônia, Tiro, Edom e Nínive no Antigo Testamento, mas nunca para Jerusalém.
“Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais; e ali habitarão os avestruzes, e os sátiros pularão ali. E os animais selvagens das ilhas uivarão em suas casas vazias, como também os chacais nos seus palácios de prazer; pois bem perto já vem chegando o seu tempo, e os seus dias não se prolongarão”, Isaías 13:21,22.
“E nos seus palácios crescerão espinhos, urtigas e cardos nas suas fortalezas; e será uma habitação de chacais, e sítio para avestruzes. As feras do deserto se encontrarão com as feras da ilha, e o sátiro clamará ao seu companheiro; e os animais noturnos ali pousarão, e acharão lugar de repouso para si”, Isaías 34:13,14.
“Cairá a seca sobre as suas águas, e secarão; porque é uma terra de imagens esculpidas, e pelos seus ídolos andam enfurecidos. Por isso habitarão nela as feras do deserto, com os animais selvagens das ilhas; também habitarão nela as avestruzes; e nunca mais será povoada, nem será habitada de geração em geração”, Jeremias 50:38,39.
“Estenderá também a sua mão contra o norte, e destruirá a Assíria; e fará de Nínive uma desolação, terra seca como o deserto. E no meio dela repousarão os rebanhos, todos os animais das nações; e alojar-se-ão nos seus capitéis assim o pelicano como o ouriço; o canto das aves se ouvirá nas janelas; e haverá desolação nos limiares, quando tiver descoberto a sua obra de cedro”, Sofonias 2:13,14.
Eu só encontrei uma passagem onde a imagem é aplicada a Jerusalém, e não é tão próxima quanto os textos precedentes: “Acaso é para mim a minha herança como uma ave de rapina de várias cores? Andam as aves de rapina contra ela em redor? Vinde, pois, ajuntai todos os animais do campo, trazei-os para a devorarem” (Jer 12:9), Neste caso, não há demônios e espíritos, e os animais vêm para devorar, não morar. Além disso, o contexto não trata de desolação e destruição de Jerusalém para não mais existir. O que a profecia diz é exatamente o contrário para Jerusalém: “Mas Judá será habitada para sempre, e Jerusalém de geração em geração”, Joel 3:20. Compare com o que é dito sobre Babilônia: “… e nunca mais será povoada, nem será habitada de geração em geração”, Jer 50:39.
7) Feitiçarias e Idolatria
“… E todas as nações foram enganadas por suas feitiçarias” (Apocalipse 18:23; cf. 14: 8; 17: 2). Essa não pode ser uma descrição de Jerusalém jamais, nem no Velho e nem no Novo Testamento. Tanto é verdade que o paralelo está em outra cidade: Nínive. A importância da descrição de Naum para Nínive como prostituta também é mencionada: “Por causa da multidão dos pecados da meretriz mui graciosa, da mestra das feitiçarias, que vendeu as nações com as suas fornicações, e as famílias pelas suas poções” (Naum 3:4).
Em um oráculo contra a Babilônia, Isaías diz que a viuvez virá sobre a cidade em sua “feitiçaria”: “Porém ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no mesmo dia, perda de filhos e viuvez; em toda a sua plenitude virão sobre ti, por causa da multidão das tuas feitiçarias, e da grande abundância dos teus muitos encantamentos” (Isaías 47:9).
Não foi Jerusalém que enganou as nações com feitiçarias nos tempos do Velho Pacto, e nem mesmo podemos acusar Jerusalém de envolvimento com feitiçarias nos tempos do Novo Testamento. Não é justo também acusar a Jerusalém de 70 AD, como fazem os preteristas, de envolvimento com idolatria (Ap 9:20), pois os judeus não eram fabricantes de ídolos. Veja: “Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus … que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?” (Rom 2:17,22).
8) Fuja de Babilônia – e dá-lhe em dobro
“Sai dela, meu povo, para que não participes dos seus pecados, para que não incorreis das suas pragas; porque os seus pecados são elevados como o céu, e Deus se lembrou das suas iniquidades”, Apoc. 18: 4,5.
O chamado ao povo de Deus para deixar a cidade tem paralelo nos textos do Antigo Testamento que fazem referência à Babilônia, com mais detalhes em Jeremias 51: 9 onde é dito que o julgamento de Babilônia alcançou o céu: “… deixai-a, e vamo-nos cada um para a sua terra; porque o seu juízo chegou até ao céu, e se elevou até às mais altas nuvens”.
“Saia de Babilônia, fuja da Caldéia …” (Is 48:20)
“Foge do meio da Babilônia e sai da terra dos caldeus” (Jeremias 50: 8)
Dá-lhe em dobro…
“Tornai-lhe a dar como ela vos tem dado, e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras; no cálice em que vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro” (Apocalipse 18: 6).
A ideia de que uma cidade deveria ser paga pelo que fez aos outros é caracteristicamente associada à Babilônia, que é paga principalmente pelo que fez a Jerusalém. Isso também impede uma referência a Jerusalém. Em Jeremias 16:18, temos a ideia de que Israel será recompensado duplamente por sua iniquidade e pecado, mas isso não é reembolso pelo que foi feito aos outros. Apenas as cidades pagãs são cobradas pelo que fizeram aos outros.
“Ó filha de Babilônia, condenada a ser destruída, abençoado será aquele que te retribuir pelo que você fez para nós!” (Sal. 137: 8).
“Porque esta é a vingança do SENHOR; toma sobre ela vingança; faça com ela como ela fez” (Jeremias 50:15).
“Pague-a de acordo com seus atos; faça com ela de acordo com tudo o que ela fez. Pois ela tem orgulhosamente desafiado o SENHOR, o Santo de Israel” (Jeremias 50:29).
“Eu pagarei a Babilônia e todos os habitantes de Caldéia diante de seus olhos por todo o mal que fizeram em Sião, declara o SENHOR” (Jeremias 51:24).
Apesar de Babilônia ter sido conquistada pelos medos, essas profecias não tiveram cumprimento naquela ocasião.
9) Viuvez e pranto
“… No seu coração ela diz: Eu me sento como uma rainha, não sou viúva e luto nunca verei” (Apo 18: 7).
Veja como o paralelo no Velho Testamento se aplica a Babilônia. O contexto geral exclui qualquer referência a Jerusalém. Isaías 47:8 é quase uma réplica contextual de Apocalipse citado acima: “Agora, pois, ouve isto, tu que és dada a prazeres, que habitas tão segura, que dizes no teu coração: Eu o sou, e fora de mim não há outra; não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de filhos”, Isaías 47:8
“Sente-se em silêncio e entre nas trevas, ó filha dos caldeus; porque não mais serás chamada amante de reinos” (Is 47: 5).
Vamos aguardar o cumprimento da profecia…
10) Vindo como um ladrão em 70 dC!
Conclusão Preterista: “Jesus veio como um ladrão em 70 dC“.
“Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa” Mateus 24:43. Lucas acrescenta: “Sabei, porém, isto: que, se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria, e não deixaria minar a sua casa” (Lc 12,39).
Apocalipse 3: 3, diz : “[…] Se, pois, não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei“.Paulo escreve: “Vós mesmos sabeis perfeitamente que o dia do Senhor vem como o ladrão de noite” (1 Tessalonicenses 5: 2).
“Como um ladrão” parece a marcha do exército romano contra Jerusalém depois de um cerco de seis meses? Seja honesto!
Segundo os preteristas parciais, Jesus veio sobre nuvens em 70 dC, derramando ira sobre os judeus. Se isso fosse verdade, cumpriria as seguintes passagens.
“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” (Mt 24: 30-31).
“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. E estava vestido de veste tingida em sangue; e o nome pelo qual se chama é A Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. E no manto e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores” (Ap 19:11-16),
“Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém” (Ap 1: 7).
Se esses versículos foram cumpridos em 70 dC, ou a qualquer momento perto disso, devemos perguntar o seguinte:
Quando todas as tribos da terra se lamentaram por Jesus?
Quando a nação judaica lamentou por Jesus a quem haviam transpassado?
Quando todos os olhos o viram atravessando as nuvens através dos céus ABERTOS?
Quando ele reuniu os judeus dos quatro cantos da terra, ou mesmo os cristãos em 70 dC? Note que o texto diz que na sua vinda “ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus“.
Quem eram esses, de onde vieram e como foram reunidos? Em 70 dC, Jerusalém foi destruída e os judeus se dispersaram. Quem são os reunidos dos quatro cantos da terra e para onde foram?
Os textos declaram que Jesus virá nas nuvens com poder e grande glória, e diz que derrubará as nações e cumprirá a profecia da “grande ceia de Deus” descrita em Ezequiel 39:17-20. Quando isso aconteceu? Além disso, somos informados em outro texto de que o anticristo e os reis da terra fizeram guerra contra Jesus nessa sua vinda. Quando isto ocorreu?
São muitos os questionamentos que os preteristas precisam responder, mas em casos assim eles sempre desaparecem, tão somente para emergir algum tempo depois com os mesmos argumentos.
12) A destruição de Jerusalém em 70 dC foi pior do que o Holocausto?
Os preteristas entendem Mateus 24:21 como um registro da Grande Tribulação que ocorreu na invasão de Jerusalém em 70 dC. Para eles não haveria mais tribulação depois dessa tribulação, nem para os judeus e muito menos para a humanidade.
“porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá” (Mateus 24:21).
Agora, pensar que a destruição de Jerusalém em 70 dC excede qualquer coisa no passado ou no futuro, em relação à angústia e ao sofrimento, exigiria alguém totalmente fora de contato com a realidade e com os relatos históricos de eventos como o Holocausto. Até mesmo o Holocausto será ultrapassado em angústia e sofrimento para Israel no futuro… E para os ímpios.
O que deve ser observado são os detalhes que Jesus deixa exposto em Mateus, Marcos e Lucas do julgamento que viria sobre Israel por terem rejeitado seu Messias. Basta lembrar da declaração voluntária feita pelos judeus na cena do Calvário: “… O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos” (Mateus 27:25). Além disso, por que Cristo deu tantos detalhes se apenas julgar Israel com uma vinda invisível bastaria?
O julgamento de Lucas 21: 20-24 descreve o julgamento de Israel começando em 70 dC. No entanto, o restante de Lucas 21, Mateus 24, Marcos 13; Zacarias 14 e Apocalipse 1: 7 não deixam dúvidas de que há mais por vir. O julgamento de Israel em 70 dC foi o atraso, não o fim do programa para Israel.
Observe a palavra ‘até’ e note as semelhanças nas passagens:
“Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação.
Então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes; os que estiverem dentro da cidade, saiam; e os que estiverem nos campos não entrem nela.
Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas. Ai das que estiverem grávidas, e das que amamentarem naqueles dias! porque haverá grande angústia sobre a terra, e ira contra este povo.
E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos destes se completem” (Lucas 21:20-24).
Agora, uma vez que esta seção da Escritura diz, ‘em cumprimento de tudo o que foi escrito’ e ‘Jerusalém será pisoteada pelos gentios até que os tempos dos gentios sejam cumpridos’ – o que ainda está acontecendo – devemos concluir que o Juízo sobre Israel começou em 70 dC e continuou indo, incluindo o Holocausto.
No entanto, o Preterista pensa que tudo foi cumprido em 70 dC, então ele não pode incluir o Holocausto, mas deve declarar 70 dC um evento mais horrendo do que o Holocausto; um tempo, segundo eles, de “tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá“. Assim, se você coloca o holocausto (seis milhões de judeus mortos) e 70 dC diante do preterista, ele escolhe 70 dC onde foram mortos um milhão e cem mil judeus. De acordo com eles, ‘angústia inigualável’, é supostamente mais apropriadamente conectada espiritualmente a 70 dC, mas não ao Holocausto que de longe ultrapassou em sofrimento o que aconteceu com os judeus em 70 dC.
Atente para Paulo: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado; e assim todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades; e este será o meu pacto com eles, quando eu tirar os seus pecados” (Romanos 11:25-27).
Aqui Paulo apenas definiu os presunçosos como aqueles que ignoram este mistério, que haverá endurecimento temporário de Israel ATÉ que o tempo dos gentios se completem.
O Julgamento de Israel não terminou em 70 dC, mas entrou nas eras seguintes alcançando um evento mais horrendo do que a invasão de Jerusalém em 70 dC, o Holocausto. Sem contar que ainda não sabemos da proporção em sofrimento e angústia que nos trará a provação geral que virá sobre todo o mundo (Apocalipse 3:10).
Na verdade, 70 dC foi apenas o começo das tristezas para Israel, até que a plenitude dos gentios chegue, o que ainda é futuro.
13) Essa Geração
O preterista tenta interpretar de forma semelhante as palavras de Jesus em Mateus 24:34, onde o Senhor diz: “Em verdade vos digo que esta geração não passará até que todas essas coisas ocorram“.
O que é convenientemente ignorado é o contexto das palavras de Jesus no capítulo anterior: “… eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas: e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros os perseguireis de cidade em cidade; para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar. Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre esta geração” (Mateus 23:34-36).
Observe que foi “essa geração” que matou (“que mataste”) Zacarias, filho de Baraquias. O problema é que esse assassinato ocorreu 400 anos antes, conforme registrado em 2 Crônicas 24: 20-21. Isso nos diz que o uso do termo “geração”, por Mateus”, significa algo diferente do que uma mera expectativa de vida das pessoas que viviam naquela época.
É a Geração de incrédulos que nunca passará, mas vai sempre existir. Foi exatamente o que Jesus disse em Mateus. A frase “esta geração” é usada principalmente no sentido pejorativo em relação a um grupo de pessoas: Israelitas que O rejeitaram. Ver isso como uma referência de “período de tempo” (ou seja, 40 ou 80 anos) vai contra o uso do termo em Mateus. Este termo não é usado de maneira quantitativa (anos na Terra); ao contrário, é usado de maneira qualitativa (descrevendo pessoas com certas qualidades espirituais). Se considerarmos esse termo como descritivo para aqueles da etnia Israel que rejeitam o Messias (que continua desde o primeiro século), não apenas estamos dentro dos limites do uso dessa “geração” em Mateus, mas essa interpretação também se encaixa melhor nos dois: o contexto imediato e toda a Escritura.
14) O Apocalipse foi escrito quando Jesus nasceu!
Apocalipse 12 mostra uma mulher grávida chorando com dor a ponto de dar à luz (12: 2). Seu filho, a quem o dragão aguarda vorazmente para tragar, para muitos, principalmente para os católicos preteristas, deve ser identificado como o Messias em 12: 5: “E ela deu à luz um filho, um varão, que governará todas as nações com vara de ferro”. Nem precisa dizer com quem a mulher é identificada pelos católicos.
Se seguirmos o raciocínio preterista devemos admitir que esse retrato do nascimento de Jesus exige uma data para a escrita do Livro de Apocalipse entre 4 a 6 aC.
15) Preteristas nos tempos de Paulo
Himeneu, Fileto e Alexandre, eram falsos mestres – e preteristas. Eles declararam que a ressurreição já havia ocorrido. Eles foram condenados por Paulo como blasfemadores, e o apóstolo os entregou Satanás (1 Tim 1: 18-20; II Tim 2: 14-18).
Eles se afastaram da fé apostólica e também corromperam a fé dos outros (1 Tm 1:19; 2 Tm 2:18). Paulo, por autoridade e poder apostólicos, entregou-os a Satanás por blasfêmia. Dizer que a ressurreição é passada é profano e leva à impiedade (2:16).
O preterismo é uma doutrina cancerosa, que não deve ser tolerada pelos piedosos (2:17).
A verdade diz que a ressurreição é futura, e o preterismo nega esse fato bíblico fazendo com que a fé dos santos seja perturbada pela mentira (2:18).
16) TODO olho o verá
Apocalipse 1: 7 diz o seguinte: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém“.
A respeito dessa ‘vinda’ em Apocalipse 1: 7, um famoso preterista escreveu: “é óbvio que essa vinda é um julgamento focando Israel do primeiro século…”. (aqueles que perfuraram a Cristo, pg 27).
Ele erra ao confundir a “vinda” em Apocalipse 1: 7 com o evento em 70 dC sobre Jerusalém. Matthew Henry comenta corretamente sobre esse versículo: “Ele será o Juiz do mundo: Eis que ele vem, e todos os olhos o verão, v. 7. Este livro, o Apocalipse, começa e termina com uma previsão da segunda vinda do Senhor Jesus Cristo. Devemos nos propor a meditar frequentemente sobre a segunda vinda de Cristo, e a mantermos nos olhos de nossa fé e expectativa. João fala como se visse aquele dia: “Eis que vem, tão certo como se você o visse com seus olhos. Ele vem com nuvens. Ele virá publicamente: todo olho o verá, o olho de seu povo, o olho de seus inimigos, todo olho, seu e meu”. Ele virá, para o terror daqueles que o transpassaram e não se arrependeram e todos os que o feriram e crucificaram de novo por sua apostasia, e para o espanto do mundo pagão. Pois ele vem se vingar daqueles que não conhecem a Deus, assim como daqueles que não obedecem ao evangelho de Cristo”.
O luto descrito em Apocalipse 1: 7 deve incluir “todos os povos da terra”. Essa linguagem universalista corresponde a Mateus 24:30, que também fala de eventos que ocorrerão com o Segundo Advento: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória“.
Infelizmente a escola preterista interpreta esse versículo da seguinte forma: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra [de Jerusalém] se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória“.
Um absurdo caro amigo leitor. Não se sabe onde os preteristas arrumam tanta ousadia e coragem para escrever dessa forma. Nem percebem que ridicularizam sua própria doutrina.
A “segunda vinda” do Senhor será tão visível quanto sua ascensão ao céu (At 1:11). De fato, ele será “revelado” (2 Ts 1: 7) ou “aparecerá” a todos (2 Tim. 4: 1; Heb. 9:28).
A verdade diz que “Todo olho o verá” no evento descrito em Apocalipse 1: 7 e, portanto, a única conclusão razoável é que isso não descreve alguma visita divina localizada no julgamento na Jerusalém de 70 dC. Pelo contrário, corresponde à linguagem de julgamento universalista de 2 Pedro 3:1-13.
17) Vinda breve
Uma grande falácia da mentalidade preterista é o fracasso em reconhecer a elasticidade do jargão cronológico dentro do contexto da profecia bíblica. Para eles, quando trata-se de vinda do Senhor, e termos como, próxima, breve e sem demora são inseridos, devem ser aplicados como referência para a vinda de Jesus em julgamento sobre Jerusalém em 70 dC, o que justificaria a linguagem profética (“breve, próxima, sem demora”), pois entendem que os termos colocam o evento perto da escrita.
É uma característica bastante comum na linguagem profética que um evento, que embora deva ocorrer literalmente num futuro remoto, possa ser descrito como próximo. O objetivo neste tipo de linguagem é enfatizar a certeza do cumprimento da profecia.
Obadias, por exemplo, predisse o último dia da história. Sobre esse evento, ele disse: “Porque o dia do Senhor está próximo sobre todas as nações” (Ob 15). Isso não pode se referir a algum julgamento local, porque “todas as nações” devem estar envolvidas. E, no entanto, o evento é descrito como próximo.
Da mesma forma, em Joel 2, lemos que o “dia do Senhor” está “próximo” (2: 1), mas os autores do Novo Testamento consideram a aplicação das profecias de Joel como tendo um cumprimento de longo alcance. Leia Atos 2:16-21: “Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos sonharão sonhos; E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão; E farei aparecer prodígios em cima, no céu; E sinais em baixo na terra, Sangue, fogo e vapor de fumo. O sol se converterá em trevas, E a lua em sangue, Antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor; E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”.
Existem numerosas profecias dessa natureza, incluindo passagens como Tiago 5: 8, que diz: “a vinda do Senhor está próxima”, que certamente não trata da vinda em julgamento sobre Jerusalém. Tiago não poderia estar prevendo o retorno literalmente iminente do Salvador. Nem mesmo o próprio Jesus sabia do tempo de seu retorno à terra (Mt 24:36).
Até mesmo Paulo declarou que o evento é futuro (II Ts 2: 1-3). O evento aqui é claramente a segunda vinda de Jesus Cristo (1: 7-10; 2: 1; 1 Ts 4: 13-18).
Paulo colocou a segunda vinda após a apostasia geral e no tempo da revelação do homem do pecado (2: 3). Essa apostasia ainda era futura quando Paulo morreu em 67 dC. (1 Tm 4: 1-3; II Tm 3:1-4; 4:1-4). Atente para a expressão “nos últimos tempos”, “últimos dias” e “pela sua vinda”.
18) Nenhum dia final de julgamento
A Bíblia fala de um “dia do julgamento” vindouro (Mt 11.22). Os preteristas limitam isso à destruição de Jerusalém pelos romanos. Mas a teoria simplesmente não se encaixa nos fatos. A devastação de 70 dC envolveu apenas os judeus. O último dia do julgamento abrangerá todos os povos da terra – passado, presente e futuro (At 17:31). Os cidadãos da antiga Nínive estarão presentes no dia do julgamento (Mt 12:41), assim como outros povos pagãos. Certamente os Ninivitas não estavam na Jerusalém em 70 dC. Como podem ser ignoradas passagens claras dessa natureza?
Aqui está um registro bem interessante; quando Paulo defendeu seu caso perante o governador romano, Felix, ele falou do “julgamento por vir” e o governante ficou “aterrorizado” (Atos 24:25). Por que um romano ficaria aterrorizado com referência à destruição iminente de Jerusalém?
Provavelmente o Governador não soube de tudo; mas Paulo deveria dizer-lhe que não se preocupasse, pois eles seriam os vencedores.
19) O fim do mundo
Segundo os preteristas, o “fim do mundo”, como expressão empregada na profecia bíblica, não alude ao fim dessa era. Pelo contrário, “mundo” faz referência ao mundo judaico, portanto, o fim da era judaica. Eles alegam que isso ocorreu em 70 dC. Mas essa visão simplesmente não é viável. Considere estes dois pontos breves, mas bem interessantes também: A responsabilidade da Grande Comissão – ensinar e fazer discípulos – eram proporcionais à época anterior ao “fim do mundo” (Mt 28: 18-20). Se o fim do mundo ocorreu em 70 dC, a Comissão do Senhor não é mais válida. Esta conclusão, claro, é absurda.
Em seguida, na parábola do joio, Jesus ensinou que “no fim do mundo” o joio seria removido do seu reino e queimado (Mt 13:39-40). Isso aconteceu com a destruição do judaísmo? Isso não aconteceu. A noção de que o fim do mundo não vai ocorrer, ou já é passado, é falsa.
20) Os Eleitos em 70 dC
Vamos para Mateus 24: 29:31:
“Logo depois da tribulação daqueles dias, escurecerá o sol, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus”.
A última parte desse contexto faz referência a reunião dos eleitos, o que não ocorreu em 70 dC. Em 70 dC aconteceu o contrário: o exército do General Tito queimou o templo e matou um milhão e cem mil judeus e os que ficaram vivos foram dispersos. Nessa ocasião ocorreu o cumprimento da palavra de Jesus: “E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos destes se completem” (Lc 21:24).
Apesar de uma reunião dos eleitos ter sido citada no texto de Mateus 24:31, nós sabemos que aconteceu uma dispersão. É fato que uma ‘dispersão’ e uma ‘reunião’ não podem ocorrer ao mesmo tempo. Portanto, a profecia de Jesus em Mateus 24: 29-31 ainda está para se cumprir. Isso é prova conclusiva de que a tribulação citada no verso 29 não é a tribulação que veio sobre Jerusalém em 70 dC, que os preteristas denominam de a Grande Tribulação. Também é uma evidência de que a geração citada três versículos após não é referência para uma geração de 40 anos, mas uma geração de incrédulos que só vai ter fim quando “todas estas coisas” ocorrerem.
Continua…