Apesar de muitos professores fazerem referência ao Quarto Evangelho como “testemunho ocular de João”, a Bíblia não apoia esta afirmação. E se olharmos mais de perto, descobriremos que a ideia de João ter sido o discípulo amado, também não se alinha com os fatos registrados nas Escrituras. Essa questão, no final das contas, se resume à Bíblia contra Tradição. Aqueles que ignoram o testemunho das Escrituras sobre esse assunto concedem a si mesmos, licença para confiar em fontes não bíblicas sobre as Escrituras sempre que escolherem fazê-lo.
O apóstolo João não é o discípulo amado. Descobriremos que a evidência bíblica apresentada neste caso é irrefutável. Os fatos provarão que o apóstolo João e o autor sem nome do Quarto Evangelho são duas pessoas distintas. E tenha em mente: não é minha intenção aqui mostrar quem é esse discípulo; o alvo do estudo é provar que ele não é João.
O discípulo amado pode ser encontrado nos seguintes textos: “Ora, achava-se reclinado sobre o peito de Jesus um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava” (João 13:23).
“Estavam em pé, junto à cruz de Jesus, sua mãe, e a irmã de sua mãe, e Maria, mulher de Cleofas, e Maria Madalena. Ora, Jesus, vendo ali sua mãe, e ao lado dela o discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho” (João 19:25-26).
“No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro. Correu, pois, e foi ter com Simão Pedro, e o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram” (João 20:1-2).
“Então aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: é o Senhor. Quando, pois, Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica, porque estava despido, e lançou-se ao mar; E Pedro, virando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, o mesmo que na ceia se recostara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o que te trai? Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro” (João 21:7,20,24).
Um mistério inexplicável
Quem foi esse discípulo tão influente na igreja primitiva, sendo visto em vários lugares acompanhado de inúmeras pessoas, e apesar de circularem rumores de que ele nunca iria morrer, não mencionou seu nome no Evangelho? Quem não conheceu o discípulo que todos diziam que não morreria? Parece que ele somente ficou no anonimato ao escrever o evangelho. E note que este autor nunca se identificou como João. Em vez disso, ele empregou o termo “o discípulo a quem Jesus amava” para se referir a si mesmo; e seu uso desse termo curioso para encobrir sua identidade levanta muitas questões.
As Evidências
Os três primeiros evangelhos mencionam três eventos notáveis do ministério de Jesus: a transfiguração (Mt 17: 1-9; Mc 9: 2-9; Luc 9: 28-36), suas orações no Getsêmani (Mt 26: 36-46; Mc 14: 32-42; Luc 22: 39-46) e a cura da filha de Jairo (Mt 9: 18-26; Mc 5: 22-43; Luc 8: 41-56). Alguns discípulos estavam presentes nesses eventos, e o apóstolo João era um deles (Mt 17: 1 e 26:37; Mc 5:37; 9: 2 e 14:33, Luc 8:51 e 9:28). Embora João fosse uma testemunha ocular de todos esses fatos tão importantes, não há menção de nenhum deles no evangelho que hoje leva seu nome. Estes certamente foram momentos extremamente profundos na vida de João, porém, como poderíamos explicar sua omissão do livro que a tradição disse ter sido escrito por João? E novamente: todos os eventos em que João é referido pelo nome nos três primeiros evangelhos estão ausente do Quarto Evangelho. Veja outros exemplos: João e Pedro foram enviados por Jesus para preparar a Páscoa (Luc 22: 8). Jesus respondeu “em particular” às perguntas de João, Pedro, Tiago e André no Monte das Oliveiras (Mc 13: 3). João e seu irmão pediram a Jesus que os sentasse “um à sua direita e outro na tua mão esquerda, na tua glória” (Mc 10:35-41). Esses eventos não são encontrados no Livro de João! A omissão de todos os “eventos que envolve João” suportam a ideia de que o evangelho em discussão não é um testemunho ocular do próprio João. E se acreditarmos que João leu os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas primeiro e depois escreveu seu evangelho, somos obrigados a acreditar também no maior absurdo de todos os tempos: “João omitiu cuidadosamente qualquer um dos eventos em que ele foi nomeado pelos outros evangelistas!”
De fato, nenhuma dessas informações podem ser vistas no evangelho que a opinião popular diz ter sido escrito pelo apóstolo João – aquele que jamais esteve ao pé da cruz. É o que descobriremos a seguir.
A Fuga do Getsêmani
Considere o comportamento de Pedro, João e Tiago: Quando Jesus foi ao Jardim do Getsêmani, ele pediu especificamente o apoio dos três. Mateus 26:37 diz que Jesus “levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se”. Então, Jesus fez um pedido simples: “vigie” (Mt 26:38, Mc 14:14).
Infelizmente, João e os outros dois não conseguiram ficar acordados enquanto Jesus estava em oração. Quando Jesus voltou e os encontrou dormindo, ele deixou claro seu desânimo dizendo a Pedro: “nem uma hora pudestes vigiar comigo?” (Mt 26:40; Mc 14:37). Jesus saiu para orar novamente, mas João e seus amigos o decepcionaram uma segunda vez. Quando Jesus voltou, ele “outra vez os encontrou dormindo” (Mt 26:43; Mc 14: 40). A última vez que Jesus foi orar, eles dormiram também (Mt 26:45; Mc.14: 41). João agiu como seus companheiros apóstolos quando as coisas estavam ainda calmas.
O julgamento e a crucificação de Jesus foram eventos muito traumáticos e, durante esse período, o resto dos apóstolos (excluindo Judas) não ficaram isentos de serem dominados pelo mesmo sentimento esmagador de medo que levou Pedro negar que ele conhecia Jesus (Mt 26: 69-74).
Mateus 26: 37-45 e Marcos 14: 33-41 nos dão uma noção de quanto Pedro, Tiago e João decepcionaram Jesus no Jardim do Getsêmani naquela noite. Jesus sabia que Judas iria traí-lo, e ele logo seria morto. Mas os pedidos urgentes de Jesus foram incapazes de despertar Pedro, Tiago e João para a ação. Imediatamente após essa série de falhas dos três chamados apóstolos do “círculo interno”, uma multidão armada e hostil apareceu, tomou Jesus e o levou a julgamento. E os discípulos, com exceção de Pedro e outro discípulo, fugiram – leia o que Cristo disse aos discípulos: “Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos cada um para sua parte, e me deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo” (João 16:32). E, imediatamente antes de ser preso, ele confirma: “Então Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis de mim; pois está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão” (Mateus 26:31).
Se os evangelhos dizem claramente que todos os discípulos fugiram na ocasião do aprisionamento de Jesus no Getsêmani (observe que Jesus pede aos soldados: “se é a mim que vocês procuram, deixai ESTES IR), como poderíamos localizar João posteriormente ao pé da Cruz diante dos soldados romanos e furiosos judeus?
Na verdade, os discípulos ficaram escondidos até a ressurreição de Cristo, quanto este se manifestou ressuscitado para eles. Em João 20:19, o tempo verbal esclarece que eles estavam no local do esconderijo desde a fuga do Getsemâni: “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, haviam se ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: paz seja convosco”.
Eles estavam ali trancafiados desde o primeiro momento da fuga. O sentido é claro. O texto fala do lugar “onde os discípulos HAVIAM se ajuntado”. O verbo “haver” está no pretérito imperfeito – fala de uma ação tomada num momento anterior, um passado recente, e mantida até a presente narrativa. Ademais, se as portas estavam cerradas quando Jesus se manifestou vivo pela primeira vez, e continuavam cerradas uma semana depois quando ele lhes aparece pela segunda vez, obviamente João estava trancado com medo dos judeus desde que fugiu do Getsêmani.
O Discípulo Amado acreditou primeiro
O discípulo amado corre ao sepulcro com Pedro; chegando lá, ao ver os panos que cobriam Jesus, “ele viu e creu” (João 20: 8). Ele foi o primeiro nas Escrituras que creu na ressurreição de Jesus.
Se você ainda não sabe, notará que os versos anteriores mostram Maria Madalena indo ao sepulcro, mas vendo-o vazio saiu desesperada e foi avistar-se — primeiro — com Pedro e o discípulo amado. Note no relato que apenas Pedro e esse discípulo saem do local em que estavam e correm ao túmulo. Veja João 1-10: “E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro. Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram.
Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro. E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis, e que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte.
Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos. Tornaram, pois, os discípulos para casa” (João 20:1-10). Esse é o único registro de sua reação naquela manhã; é também a primeira vez após a ressurreição que a Bíblia se refere a qualquer um que crê – esse discípulo acreditou antes do resto dos discípulos. Mais importante ainda é que, esse ponto prova que ele não era um dos “doze apóstolos” devido ao tempo de sua crença. Ele ‘acreditou’ cedo na manhã da ressurreição, mas eles não creram até mais tarde naquele dia. Esse ponto de contraste com os apóstolos pode ser visto em versículos como este: “Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado” (Marcos 16:14). Apesar de ouvir aqueles que viram Jesus ressuscitado, a “incredulidade” dos “onze” persistiu até tarde no dia da ressurreição. Eles nem podiam ser convencidos pelos dois que haviam sido ensinados por Jesus mais cedo naquele dia no caminho de Emaús (quando “explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras” , Luc 24: 13-27) . Esses dois haviam contado essas coisas aos ‘onze’ e aos outros (Luc 24: 33-34), mas ainda assim parecia que a ‘incredulidade’ agarrou nos apóstolos e continuou até que eles viram pessoalmente Jesus ressuscitado. No entanto, como foi dito, o discípulo amado acreditou na manhã da ressurreição – isso entra em flagrante contraste com a ‘incredulidade’ dos ‘onze’ mais tarde, no mesmo dia.
O Discípulo Amado escreveu o Livro
Não há dúvida de que a redação do Evangelho que leva o nome de João teve a participação do discípulo amado. Veja o texto: “E Pedro, virando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, o mesmo que na ceia se recostara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o que te trai? Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro… E ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem” (João 21:20,24-25).
Está explicito no verso anterior que o discípulo testemunhou essas coisas – não apenas os fatos do capítulo 21 — e as escreveu: “este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e as escreveu”. Ninguém diria isso no final do Livro para indicar ter escrito apenas ao último capítulo. E como prova de que a referência é ao Livro todo, ele conclui: “Jesus fez também muitas outras coisas. Se cada uma delas fosse escrita, penso que nem mesmo no mundo inteiro haveria espaço suficiente para os livros que seriam escritos” (João 21:25).
Muitos acreditam que o discípulo amado escreveu com a ajuda de outra pessoa sugerindo que estas linhas não foram escritas por ele: “sabemos que o seu testemunho [do discípulo amado?] é verdadeiro”. De qualquer forma isso não ajudaria em nada àqueles que defendem a autoria de João, pois o mesmo poderia ser usado com relação a ele e o desconhecido. E, se esse desconhecido garante o testemunho de outro, como muitos sugerem, nem mesmo assim esse outro poderia ser João. Observe que a frase “sabemos que o testemunho desse discípulo é verdadeiro” não pode ser revertida por “Eu sei que o testemunho de João é verdadeiro”, pois nos levaria a pensar que um apóstolo exigia o testemunho de pessoas anônimas para validar seu testemunho, o que é ilícito, estranho e desnecessário. E se essa primeira pessoa fosse João, atestando que o testemunho de quem escreveu o Livro é verdadeiro, então, obviamente quem escreveu o Livro não foi João. Além disso, devemos observar também outra fala do discípulo amado em uma passagem no capítulo 19 do mesmo evangelho, na cena da lança perfurando o lado de Jesus, quando sai sangue e água: “E é quem viu isso que dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que diz a verdade, para que também vós creiais” (João 19:35). Aqui ele fala na primeira pessoa garantindo que seu testemunho é legítimo.
Mais dois Anônimos
Observe novamente que a narrativa no início do capítulo faz distinção entre dois estranhos discípulos e os filhos de Zebedeu, João e Tiago: “Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos” (João 21:2). Se um desses dois é o discípulo amado, então o assunto está encerrado. E o curioso nesse fato é que João é nomeado com seu irmão — são identificados como filhos de Zebedeu, e não como “o discípulo amado, e Tiago, filho de Zebedeu”. Ora, se João é citado no início do capítulo 21 indiretamente, por que não foi citado como discípulo amado e, porque aquele mencionado como discípulo amado no verso 26 não foi citado como João? Em outras palavras: estes dois discípulos ficam no anonimato e, mais do que isso, o texto faz distinção entre eles e os filhos de Zebedeu, João e Tiago. Se um desses dois fosse o discípulo que Jesus amava, então teríamos aqui uma evidência irrefutável de que João não é esse discípulo.
O Discípulo Amado, Jesus e Pedro
Note que “o discípulo que testifica dessas coisas e as escreveu” (que também está no anonimato) é o mesmo que alerta Pedro da presença do Senhor no local: “Então aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: é o Senhor. Quando, pois, Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica, porque estava despido, e lançou-se ao mar” (João 21:7). Ele é citado novamente seguindo Pedro e Jesus: “E Pedro, virando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, o mesmo que na ceia se recostara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o que te trai?” (João 21:20).
Minha sugestão é que o discípulo sem nome chegou ao local com Jesus. Isso explicaria o aviso a Pedro enquanto ele estava no barco com os outros: “É o Senhor”. O discípulo poderia ter gritado da margem que aquele “estranho” (para os discípulos) era Jesus por estar mais perto dele, o que explica porque os outros não o reconheceram — eles estavam distantes. Note em 21:6 que Jesus diz para eles lançarem a rede do lado direito do barco. O texto mostra que a sugestão de Jesus acompanhou a ação dos discípulos, (“então eles lançaram”), o que significa que eles estavam a uma certa distância da praia. Isso indica que Jesus chegou enquanto eles se preparavam para iniciar novamente a pesca. Jesus teria levantado a voz para que eles o ouvissem, o que também fez o discípulo amado com Pedro. Leia novamente de 4 a 11, principalmente no detalhe de Pedro pulando na água e nadando em direção a margem sendo acompanhado pelos outros, “que vieram no barco” (v.8).
É improvável que o discípulo amado seja alguém mencionado pelo nome no evangelho, e especialmente nesse último capítulo. Sua identidade está sendo velada, não revelada com um nome. Isso significa que podemos eliminar os mencionados em João 21: 1-2, bem como Filipe, André, Judas Iscariotes, o “outro” Judas, e o “outro” Simão e Mateus, os que faltam nessa lista.
O Discípulo Amado e a Última Ceia
Uma percepção errônea sobre a última Páscoa de Jesus tendeu a dar crédito à ideia de que João poderia ser o autor do Quarto Evangelho. Isso decorre do fato de termos sido informados de que ‘o discípulo a quem Jesus amava’ foi aquele que ‘apoiou o peito no jantar e disse: “Senhor, quem é aquele que te trai?’ (João 21:20). Visto que as Escrituras dizem que Jesus “chegou com os doze” (Marcos 14:17) e “tomou lugar a mesa” com “os doze” (Mt 26:20 e Luc 22:14), muitos assumiram que o discípulo misterioso tinha de ser um dos ‘doze’.
Para complicar, também existem muitas pinturas da Última Ceia que ajudam a instilar uma imagem em nossa mente de Jesus sentado à mesa com “os doze”, tendo uma ceia particular sem mais ninguém na sala. Essas interpretações artísticas e uma suposição errônea levaram muitas pessoas a aceitar uma conclusão defeituosa. E para desfazer esse quadro tradicional, bastaria dizer que “pondo-se a mesa com os doze” não deve significar que nessa mesa, localizada dentro de um grande cenáculo (Luc 22:12), havia lugar apenas preparado para os doze. Muitos outros participaram e, com certeza, não tomaram a ceia em pé, mas tomaram lugar a mesa, que, na verdade, não era uma mesa ao nosso modelo atual, mas uma extensão grande onde se depositavam os alimentos — todos os participantes se posicionavam no chão apoiando-se com um cotovelo seu próprio corpo enquanto usavam uma das mãos para se servirem. O texto está apenas dizendo que Jesus chegou “com os doze” e tomou lugar na mesa preparada para a grande ceia.
Note que a Bíblia nunca diz que ‘os doze’ foram os únicos presentes com Jesus naquele evento. Em nenhum lugar se diz que eles jantaram sozinhos, nem há nada que indique que os outros discípulos de Jesus foram mantidos afastados.
Considere que Jesus e seus discípulos tratam sobre preparar a ceia na casa de outra pessoa naquela noite: “E, no primeiro dia da festa dos pães ázimos, chegaram os discípulos junto de Jesus, dizendo: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa? E ele disse: ide à cidade, a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa com os meus discípulos” (Mt 26: 17-18). O que falta é justificativa para supor que os ocupantes daquela casa deviam desocupar o local.
Outras passagens também indicam que Jesus e os ‘doze’ não estavam sozinhos naquela noite. Em Atos 1: 21-26, um substituto para Judas foi selecionado de um grupo que Pedro qualificou como “… homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição” (Atos 1: 21-22). Claramente, então, “os doze” não foram os únicos com Jesus durante seu ministério terrestre! Esse fato é raramente discutido, mas essas palavras revelam que, além dos “doze” apóstolos, outros discípulos também seguiram Jesus durante todo o seu ministério. Então, por que acreditarmos que eles foram barrados na ceia, se foram bem-vindos antes e depois dela? Observe que Pedro diz que esses discípulos “conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós … até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima”. Ele está falando de forma explícita que muitos deles estiveram na ceia!
É fato que ao identificar seu traidor, Jesus disse: “É um dos doze” (Mc 14:20). Nos evangelhos, “os doze” é um termo usado apenas para os apóstolos (Luc 6:13). ‘Discípulos’ refere-se a qualquer um de seus seguidores, incluindo alguns ou todos os ‘doze’ (João 6:66; Luc 19:37). Por exemplo, após a ceia, vemos Jesus no Getsêmani com “seus discípulos” (João 18: 1). Isso incluía os apóstolos menos Judas, mas certamente também incluiria os apóstolos candidatos de Atos 1: 21-22 e outros. E isso é verdade, pois quando os dois discípulos do caminho de Emaús voltam a Jerusalém, após terem visto Jesus ressuscitado, eles encontram os “onze e os que estavam com eles” (Luc 24:33). De onde saíram esses outros que estavam trancafiados com os Apóstolos? Evidente que fugiram do Getsêmani com os doze – e todos haviam saído do local da ceia!
Se ‘os doze’ eram os únicos com Jesus, então, porque ele precisaria incluir a estipulação ‘é um dos doze’ quando viu todos entristecidos ao dizer que um ali iria traí-lo? Veja o texto: “Quando estavam comendo, reclinados à mesa, Jesus disse: “Digo-lhes que certamente um de vocês me trairá, alguém que está comendo comigo”. Eles ficaram tristes e, um por um, lhe disseram: “Com certeza não sou eu! Afirmou Jesus: É um dos Doze” (Marcos 14:18-20). ‘Os doze’ é um termo limitante. Se ninguém mais estivesse lá, Jesus não teria dito: é um de vocês? Assim, quando Jesus disse que o traidor era “um dos doze” – não “um de vocês” – indica que “os doze” eram um subconjunto daqueles que estavam presentes. Aliás, quando Jesus especificou que seu traidor seria “um dos doze”, esse detalhe crucial foi sem dúvida uma notícia bem-vinda a todos, exceto “aos doze”.
Outra evidência podemos encontrar quando Jesus também disse, ‘com meus discípulos’, quando enviou uma mensagem sobre quem se juntaria a ele na páscoa (Mt 26:18; Mc 14:14; Luc 22:11). Ele não disse, “com os doze”. Veja as passagens paralelas:
Mateus 26:18 “E ele disse: ide à cidade, a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa com os meus discípulos”.
Marcos 14:14 “E, onde quer que entrar, dizei ao senhor da casa: O Mestre diz: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos?”
Lucas 22:11 “E direis ao pai de família da casa: O Mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos?”
Em nenhum versículo diz que ele excluiu os discípulos leais que Pedro menciona como aqueles que “nos acompanhavam o tempo todo em que o Senhor Jesus viveu entre nós” (Atos 1:21). Eles são vistos separados dos doze. Lucas 6:13 nos diz que Jesus “chamou seus discípulos: e dentre eles, ele escolheu doze, a quem também chamou apóstolos”. Eles estavam na ceia com muitos outros conhecidos de Jesus.
O Outro Discípulo
Os outros três escritores dos evangelhos nunca se referem ao “discípulo a quem Jesus amava” e ao “outro discípulo” (Mateus 26:58, Marcos 14:54 e Lucas 22: 54-55). Assim, enquanto eles mencionam João, “o discípulo amado” e o “outro discípulo” estão ausentes em seus livros. Se ele era João, esse tratamento inconsistente apresenta um problema; observe que eles citam livremente João, exceto em todos os momentos em que o Quarto Evangelho mencionava “o discípulo a quem Jesus amava” e o “outro discípulo”. Como eles poderiam saber quando deixá-lo de fora? Mesmo que eles tivessem uma cópia do evangelho “de João” para saber quando se referia àquele discípulo sem nome, não faz sentido que o omitissem seletivamente se ele fosse João. No entanto, se eles sabiam que ele e João eram duas pessoas diferentes, esse tratamento diferente é compreensível.
É de opinião quase unânime que esse discípulo, conhecido do sumo sacerdote, que acompanhou Pedro quando este seguia Jesus depois de sua prisão, é João. No entanto, como será esclarecido, não se trata de João. Veja o texto: “Simão Pedro e outro discípulo estavam seguindo Jesus. Por ser conhecido do sumo sacerdote, este discípulo entrou com Jesus no pátio da casa do sumo sacerdote, mas Pedro teve que ficar esperando do lado de fora da porta. O outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, voltou, falou com a porteira encarregada da porta e fez Pedro entrar” (João 18:15,16).
O escritor do Livro de Atos registrou fatos que podem nos ajudar a provar conclusivamente que o apóstolo João não era o “outro discípulo” sem nome. Atos 4: 1-23 narra o que aconteceu com Pedro e João após a cura de um homem aleijado. Pedro e João foram apreendidos e apresentados aos “governantes, anciãos e escribas, e Anás, o sumo sacerdote, e Caifás…” (Atos 4: 5 e 6), para poderem ser questionados sobre esse milagre. Se você está se perguntando como isso ajuda a provar que o apóstolo João não era o ‘outro discípulo’, preste muita atenção à reação do sumo sacerdote e desses governantes apenas alguns versículos depois.
O sumo sacerdote, governantes, anciãos e escribas se reuniram e começaram o interrogatório de Pedro e João (Atos 4: 5-7). A resposta de Pedro à pergunta deles está registrada em Atos 4: 8-12 – o versículo seguinte descreve a reação deles a Pedro e João. Atos 4:13, falando do sumo sacerdote e daqueles governantes, registra: “quando viram a ousadia de Pedro e João e perceberam serem homens indoutos e ignorantes, ficaram maravilhados; E tomaram conhecimento deles, que estavam com Jesus”. Porque o sumo sacerdote e o resto se maravilharam? Para começar, eles descobriram que Pedro e João “eram homens indoutos e ignorantes” (Atos 4:13). Esses dois pontos no grego são lidos, ‘sem letras’ e ‘sem instruções’. Pedro e João podem ter exposto seu sotaque galileu; é possível que seu vocabulário, roupas e/ou maneirismos, tenham contribuído para a ideia de que eles não tinham educação formal. Além disso, a Bíblia indica que os traços regionais poderiam ser facilmente discernidos pelas pessoas daqueles dias (Veja exemplos em Mateus 26:73, Marcos 14:70 e Lucas 22:59).
Independentemente disso, Atos 4:13 revela que o que realmente chocou aqueles líderes foi ver que Pedro e João (a quem eles julgavam ser “indoutos e ignorantes”) exibiam tal “ousadia”. Em vez de se encolher diante dos homens instruídos que os julgariam, Pedro e João proclamaram a verdade e defenderam abertamente o nome de Jesus, acusando aqueles governantes de sua morte e afirmando que Deus o havia ressuscitado dentre os mortos, enquanto eles creditavam a Jesus o responsável pelo milagre de cura que ocorreu (Atos 4: 9-10). O que deve ser observado aqui é que esses líderes estavam aprendendo fatos óbvios e elementares sobre os dois homens que estavam diante deles, e Atos 4:13 continua dizendo que “eles ficaram admirados e reconheceram que eles [Pedro e João] haviam estado com Jesus”. As descobertas reveladoras que estavam sendo feitas por esses líderes durante esse evento deixam perfeitamente claro que Pedro e João não eram reconhecidos nem familiarizados por esses líderes religiosos.
O que precisamos tirar dessa passagem é que foi nesse momento que o sumo sacerdote e os outros governantes se familiarizaram com Pedro e João pela primeira vez – reveja os detalhes em itálico do verso 13: “… quando viram… perceberam … tomaram conhecimento”. Lembre-se: entre aqueles que tiveram essa reação estão Anás, o sumo sacerdote, e Caifás (Atos 4: 5 e 6).
O contexto anterior estabeleceu que a reação do sumo sacerdote e dos outros governantes era uma resposta a novas informações. Foi quando Atos 4 estava realmente acontecendo que o sumo sacerdote, e os outros com ele, souberam o que os levou a concluir que Pedro e João: (a) eram “homens indoutos e ignorantes” e (b) “estiveram com Jesus”. Vemos o sumo sacerdote aprendendo coisas naquele dia que ele já saberia se tivesse conhecido os homens que estavam diante dele. Portanto, os fatos da Bíblia podem provar que o sumo sacerdote não conhecia João (ou Pedro) antes desse encontro. Este é o ponto principal que afirma que o apóstolo João não pode ser o ‘outro discípulo’. Para demonstrar como isso é verdade, devemos comparar cuidadosamente Atos 4 com as informações que a Bíblia nos diz sobre a noite em que Jesus foi preso e levado para ser acusado falsamente.
Somos informados de que Jesus foi levado ‘a Anás primeiro’ (João 18:13). Depois, lemos sobre dois discípulos que seguiram a Jesus: “E Simão Pedro e outro discípulo seguiam Jesus” (João 18:15). As palavras seguintes, no entanto, acabam por esclarecer, pois, nos dizem que “esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote”. Parece que Deus queria destacar esse ponto, pois seu autor inspirado optou por enfatizar esse fato repetindo-o. No versículo seguinte, lemos: “E Pedro estava da parte de fora, à porta. Saiu então o outro discípulo que era conhecido do sumo sacerdote, e falou à porteira, levando Pedro para dentro” (João 18:16). Não há dúvida de que o ‘outro discípulo’ era conhecido do sumo sacerdote. Esse ‘outro discípulo’ poderia entrar no palácio e, além disso, ele era responsável por fazer com que Pedro passasse pela porteira. Consequentemente, o apóstolo João não poderia ter sido o “outro discípulo” porque sabemos em Atos 4:13 que João não era conhecido do sumo sacerdote!
Antes de Atos 4:13, nada na Bíblia sugeria que os governantes judeus conhecessem João ou tivessem conhecimento de sua associação com Jesus. Em contraste com isso, o ‘outro discípulo’ era conhecido do sumo sacerdote, que, portanto, teria motivos para estar ciente de sua associação com Jesus antes da noite do julgamento deste. Além disso, algo foi dito naquela noite que nos indica que o “outro discípulo” estava publicamente associado a Jesus antes do início da noite. No entanto, isso não era verdade para Pedro, como revela a pergunta da porteira. Vimos que a mulher que mantinha a porta perguntou a Pedro: “Não és tu também dos discípulos deste homem?” (João 18:17). A palavra “também” é usada em referência ao “outro discípulo”, que acabara de falar com ela (João 18:16). Portanto, vemos que mesmo “a moça que mantinha a porta” sabia que o discípulo sem nome era um discípulo de Jesus. No entanto, como vimos, a associação de João com Jesus não era conhecida pelo sumo sacerdote até Atos 4:13, que diz: “Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus”.
E a mais legitima evidência testemunhando que João não estava ao pé da cruz, também pode ser encontrada na atitude desses judeus mencionados em Atos. Parece claro que esses homens veem João pela primeira vez, reconhecendo que ele havia andando com Jesus. Se o discípulo amado fosse João os líderes judeus o teriam reconhecido nesse momento: eles estavam no local da crucificação — todos eles (compare Mateus 27:41-43 com Atos 4:5-8,13).
Quando examinamos minuciosamente os textos das Escrituras e comparamos estes com os tantos dogmas disseminados no seio da cristandade, unicamente por tradição, é que nos conscientizamos ainda mais sobre o significado de “sola scriptura”, porém, infelizmente, aqueles que aderem à ideia de João como o discípulo a quem Jesus amava, apesar das evidências em contrário, certamente continuarão citando fontes não bíblicas como se isso justificasse a promoção da tradição de João.
A Deus toda Glória
Fontes consultadas
“Who Was the Beloved Disciple?” – Floyd V. Filson, Journal of Biblical Literature, Vol. 68.
“The Beloved Disciple” – M. R. The Irish Monthly, Vol. 39, No. 452 .
“The Testimony of the Beloved Disciple” – Richard Bauckham.
“The Community of the Beloved Disciple” – Raymond Edward Brown – Paulist Press.
“The Beloved Disciple: whose witness validates the Gospel of John?” – James H. Charlesworth Trinity Press International, 1995.
100%, muito bem esclarecido.
Interessante. O tal “discípulo amado” seria um meio irmão de Cristo, ou, um primo?
Na Bíblia, aparece algum termo específico para designar “primo”? Acho que não, parece que o termo irmãos ou irmãs incluem também os primos. E quem desses “parentes” era conhecido do sumo sacerdote?
Abner, muito grato pela visita. Vou lhe dar uma resposta sobre os termos em grego usados para irmão e primo. Quanto a identidade do discípulo amado, vou deixar para lhe responder através de um artigo.
O grego usado para traduzir a palavra primo é anepsios. A palavra para irmãos, em ‘irmãos de Jesus’, foi traduzida do grego adelphos.
Os citados como irmãos de Jesus eram filhos de Maria com José. Note que Marcos conecta a mãe de Jesus aos seus irmãos. Veja em João 2:11,12 quando família é vista saindo de um casamento em Caná da Galiléia:
“Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele. Depois disso desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias”.
É “tua mãe e teus irmãos”, e não tua mãe e teus primos. Irmãos foi traduzido do grego adelphos e não de anepsios.
Note que a mãe é mencionada tendo estreita relação com os irmãos de Jesus. Os detalhes importantes são: “Sua”, quando identifica a mãe, e “Seus”, quando identifica os irmãos. O Evangelista usou de uma ênfase sequêncial (‘sua’ e ‘seus’) para identificar a família toda.
O mesmo exemplo podemos encontrar em Mateus 13:55: “Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?”
Não faz sentido Jesus aparecer conectado a ‘sua’ mãe e os dois conectados de forma tão intima aos ‘seus’ primos, filhos de uma outra família. Esse é o argumento mais ridículo que alguém pode conceber. Sem contar as irmãs, as quais, se são primas também, então são filhas de um outro casal. O catolicismo quer convencer o mundo inteiro que esses irmãos e irmãs de Jesus deixaram seus respectivos pais e foram morar com a Tia Maria. Nem um débil mental acredita num disparate desses.
Outro detalhe estranho é ver entre os “primos” de Jesus o nome José, o segundo da lista. Era primo de que grau? A Dogmática Católica garante que eles são filhos de uma certa Maria, esposa de Cleofas. Por qual motivo Cleofas e sua esposa colocariam no filho o nome do pai de Jesus?
Está errado! O grego “par autou”, traduzindo a palavra ‘seus’, em “seus irmãos”, significa ‘pertencentes a ele’, ou seja, são da mesma família. E para sanar a dúvida, basta ir até outra referência de Marcos onde ele registra que há incrédulos dentro da casa de Jesus.
Veja o texto:
“Então Jesus lhes dizia: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra, entre os seus parentes, e na sua própria casa” (Marcos:6:4).
Perceba que ele citou parentes antes de citar os da própria casa. Quem eram esses incrédulos? João 7:2-5 mostra que são seus (adelphos) irmãos e não seus (anepsios) primos.
“Ora, estava próxima a festa dos judeus, a dos tabernáculos. Disseram-lhe, então, seus irmãos: Retira-te daqui e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque ninguém faz coisa alguma em oculto, quando procura ser conhecido. Já que fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Pois nem seus irmãos criam nele” (João:7:2-5).
Nesse diálogo entre Jesus e seus irmãos em João 7:6,7 também descobrimos evidências para provar que nenhum deles esteve entre os doze:
“Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo sempre está pronto. O mundo não vos pode odiar, mas ele me odeia a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más”.
Jesus não dialogava com nenhum discípulo quando estava diante dos seus irmãos. Veja novamente o que Ele diz para eles: “… O mundo não vos pode odiar”.
Agora veja o que Jesus fala aos seus discípulos oito capítulos depois: “o mundo vos odeia” (João 15:19).
E para aqueles que dizem que o Tiago e o Judas citados entre os doze eram os mesmos Tiago e Judas de Mateus 13:55, filhos de Maria de Cleofas, devo dizer que estão equivocados.
Observe em outra referência como o Tiago e o Judas entre os doze aparecem separados dos irmãos de Jesus; está em Marcos capítulo 3:
Jesus sobe a um monte e escolhe – entre outros – doze discípulos:
“Depois subiu ao monte, e chamou a si os que ele mesmo queria; e vieram a ele. Então designou doze para que estivessem com ele, e os mandasse a pregar; Designou, pois, os doze, a saber: Simão, a quem pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Judas Tadeu, Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu. Depois entrou numa casa. E afluiu outra vez a multidão, de tal modo que nem podiam comer” (Marcos:3:13-14,16-20).
Veja quem chega logo em seguida – e ficam do lado de fora da casa (Eles vieram ao encontro de Jesus para prendê-lo)
“Quando os seus ouviram isso, saíram para o prender; porque diziam: Ele está fora de si… Chegaram então sua mãe e seus irmãos e, ficando da parte de fora, mandaram chamá-lo. E a multidão estava sentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te procuram” (Marcos:3:21,31-32).
Claramente podemos ver os irmãos do Senhor chegando com a própria mãe e permanecendo fora da casa, enquanto lá dentro com Jesus estavam seus doze discípulos – entre eles se encontram Tiago, filho de Alfeu e Judas.
Dê uma olhada também no artigo ‘O Terceiro Tiago’ aqui mesmo nesse site.
Fica na paz
A bíblia diz que João era conhecido do sumo sacerdote, e João era primo de Jesus porque a mãe dele era irmã de Maria mãe de Jesus, de modo que o discípulo amado é João sim.
Clayton, grato pela visita…
Tens certeza que leu o artigo?
Desce a página e leia o título “O outro discípulo” que vai responder seus dois questionamentos.
Fica na paz
O discípulo amado e o outro discípulo é João sim, João era filho da irmã de Maria, logo Tiago e João são primos de Jesus em primeiro grau. Desculpe, mas você falou muito mas não revelou quem na sua opinião seria esse tal discípulo.
Claytton Torquato, grato pela visita e me desculpe a demora em responder
Vou preparar outro artigo revelando quem é o discípulo amado. Porém, tenha em mente: Jesus amava três pessoas em especial: Marta, Lázaro e Maria: “E Jesus amava Marta, a irmã dela, e a Lázaro” (João 11:15).
Um desses três é o discípulo amado!
Outra coisa, se você tivesse a ideia o que os irmãos João e Tiago eram de Jesus, possivelmente iria passar mau. Veja se você pode, pelo menos, captar algo lendo o texto traduzido rigorosamente do original.
Primeiro eu vou colocar aqui o texto tradicional que tem em nossas traduções, aquele que fala das mulheres na cena da crucificação:
“Entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu” (Mateus 27:56).
No grego não tem o artigo definido “a”
Essa é a tradução correta: “Entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e de José e mãe dos filhos de Zebedeu”.
A mãe de Tiago e José é também mãe dos filhos de Zebedeu.
Vou preparar um artigo sobre isso ano que vem, como também vou me preparar para ser assado vivo na fogueira da inquisição católica.
Fica na paz
Ainda tenho seis meses!
Definitivamente o discípulo amado não é outro senão João, muito embora Jesus tivesse muitos discípulos, o discípulo amado estava na última ceia, e a bíblia diz que Jesus assentou-se à mesa COM OS 12, e entre esses 12 não há nenhum outro discípulo senão os que Ele chamou de apóstolos. Lázaro não estava na última ceia amigo. Desculpe, mas você cometeu um erro na sua interpretação.
Clayton Torquato, muito grato pelo comentário.
Você tem certeza que leu todo artigo?
Paz
Claro que li, mas o mais importante é o que a bíblia diz, e não o seu artigo, e a bíblia nos dá pistas de que o discípulo amado era João e não outro, até porque o discípulo amado estava entre os doze apóstolos, e certamente Lázaro não estava entre os doze. O irmão fez um longo discurso para negar o óbvio, e francamente eu não sei de onde você tirou essa ideia , certamente da bíblia não foi. Fique na paz e Deus te abençoe.
Clayton, certamente o discípulo amado não é João!
João saiu do Getsemâni diretamente para um esconderijo com outros discípulos: “Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos cada um para sua parte, e me deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo” (João 16:32). E, imediatamente antes de ser preso, ele confirma: “Então Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis de mim; pois está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão” (Mateus 26:31).
Os discípulos (mencionarei Pedro e Judas adiante) ficaram escondidos até a ressurreição de Cristo, quanto este se manifestou vivo para eles. Em João 20:19, o tempo verbal esclarece que eles estavam no local do esconderijo desde a fuga do Getsemâni: “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, haviam se ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco”.
Eles estavam ali trancafiados desde o primeiro momento da fuga. O sentido é claro. O texto fala do lugar “onde os discípulos HAVIAM se ajuntado”. O verbo “haver” está no pretérito imperfeito – fala de uma ação tomada num momento anterior, um passado recente, e mantida até a presente narrativa. Ademais, se as portas estavam cerradas quando Jesus se manifestou vivo pela primeira vez, e continuavam cerradas uma semana depois quando ele lhes aparece pela segunda vez, obviamente João estava trancado com medo dos judeus desde que fugiu do Getsêmani. Os discípulos não estavam sozinhos neste lugar (Luc 24: 33).Todos estes se faziam presentes na ceia!
Em outro relato da ressurreição, encontramos o discípulo amado correndo ao sepulcro com Pedro; chegando lá, ao ver os panos que cobriam Jesus, “ele viu e creu” (João 20: 8). Ele foi o primeiro nas Escrituras que creu na ressurreição de Jesus. Tens ideia do porque ele creu imediatamente? Muito provavelmente foi porque que ele viu os mesmos panos usados para cobrir Lázaro. O discípulo amado é alguém da casa de Lázaro.
Os versos anteriores mostram Maria Madalena indo ao sepulcro, mas vendo-o vazio saiu desesperada e foi avistar-se – primeiro – com Pedro e o discípulo amado. Note no relato que apenas Pedro e esse discípulo saem do local em que estavam e correm ao túmulo. Veja João 1-10: “E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro. Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram.
Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro. E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis, e que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte.
Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos. Tornaram, pois, os discípulos para casa” (João 20:1-10). Esse é o único registro de sua reação naquela manhã; é também a primeira vez após a ressurreição que a Bíblia se refere a qualquer um que crê – esse discípulo acreditou antes do resto dos discípulos. Mais importante ainda é que, esse ponto prova que ele não era um dos “doze apóstolos” devido ao tempo de sua crença. Ele ‘acreditou’ cedo na manhã da ressurreição, mas eles não creram até mais tarde naquele dia. Esse ponto de contraste com os apóstolos pode ser visto em versículos como este: “Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado” (Marcos 16:14). Apesar de ouvir aqueles que viram Jesus ressuscitado, a “incredulidade” dos “onze” persistiu até tarde no dia da ressurreição. Eles nem podiam ser convencidos pelos dois que haviam sido ensinados por Jesus mais cedo naquele dia no caminho de Emaús (quando “explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras” , Luc 24: 13-27) . Esses dois haviam contado essas coisas aos ‘onze’ e aos outros (Luc 24: 33-34), mas ainda assim parecia que a ‘incredulidade’ agarrou nos apóstolos e continuou até que eles viram pessoalmente Jesus ressuscitado. No entanto, como foi dito, o discípulo amado acreditou na manhã da ressurreição – isso entra em flagrante contraste com a ‘incredulidade’ dos ‘onze’ mais tarde, no mesmo dia.
Agora vamos voltar ao Getsemâni; Pedro e outro discípulo (Judas) rumam para a casa do sumo sacerdote atrás de Jesus; compare essas passagens: “E os que prenderam Jesus o levaram à casa de Caifás, o sumo sacerdote, onde se haviam reunido os escribas e os anciãos. Mas Pedro o seguia de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, tendo entrado, assentou-se entre os serventuários, para ver o fim” Mateus 26:57,58
“Simão Pedro e outro discípulo seguiam a Jesus. Sendo este discípulo conhecido do sumo sacerdote, entrou para o pátio deste com Jesus. Pedro, porém, ficou de fora, junto à porta. Saindo, pois, o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, falou com a encarregada da porta e levou a Pedro para dentro. Então, a criada, encarregada da porta, perguntou a Pedro: Não és tu também um dos discípulos deste homem? Não sou, respondeu ele” João 18:15-17. Somente uma pessoa poderia ter essa liberdade diante dos inimigos de Cristo, e este é Judas. Pedro sumiu (Mateus 26:75), mas Judas ainda continuava no meio deles até o dia seguinte: “Ao romper o dia, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem; e, amarrando-o, levaram-no e o entregaram ao governador Pilatos. Então, Judas, o que o traiu, vendo que Jesus fora condenado, tocado de remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, responderam: Que nos importa? Isso é contigo. Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se” Mateus 27:1-5
Outra coisa; “pondo-se a mesa com os doze” não deve significar que nessa mesa, localizada dentro de um grande cenáculo (Luc 22:12), havia lugar apenas preparado para os doze. Quem registrou a ocasião estava dentro da casa quando Jesus chegou. Observe Marcos 14:17
Marcos 14:17 NTLH Quando anoiteceu, Jesus chegou com os doze discípulos.
NVI Ao anoitecer, Jesus chegou com os Doze.
Marcos 14:17 ARA Ao cair da tarde, foi com os doze. Porém, a ARA atual – NAA – atesta: Ao cair da tarde, Jesus chegou com os doze.
Bíblia de Jerusalém em espanhol Y al atardecer, llega él con los Doce.
Quem escreveu essas palavras abaixo está bem próximo de quem escreveu as palavras acima:
Veio, pois, Jesus seis dias antes da páscoa, a Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos João 12:1
Fica na paz
Lázaro não era discípulo de Jesus, no sentido de caminhar com Ele como os doze, João era. Amigo, quanto mais você explica, mais você me prova que o discípulo amado é João sim.
Muito bom.
Bom dia, sr. Al Franco.
O sr. tem uma matéria sobre o monte da transfiguração ?
Li vossa matéria sobre Enoque , Elias e Moisés que é simplesmente esclarecedora !!!
Assim sendo, a dita transfiguração seria um complemento para eliminar a falácia tradicional do sistema religioso de que Elias e Moisés , antecedentes à Jesus no céu, representam os vivos e os mortos ressurretos na 2. vinda do Messias.
Atenciosamente, Kurt Dreyer.
Kurt Dreyer, eu havia lhe dirigido ao site para ler sobre o Discípulo Amado, mas precisei remover o artigo devido alguns erros. Vou fazer uma boa revisão e voltarei a postar.
Bem, eu duvido muito se os manuscritos originais incluam a presença de Moisés e Elias no monte da transfiguração. Eu acredito que eram dois varões (anjos).
Ninguém questiona a presença de Moisés e Elias ali, nem mesmo vendo Pedro omitindo os dois quando fala do episódio da transfiguração:
“Porque não seguimos fábulas engenhosas quando vos fizemos conhecer o poder e a VINDA de nosso Senhor Jesus Cristo, pois nós fôramos testemunhas oculares da sua majestade.
Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando pela Glória Magnífica lhe foi dirigida a seguinte voz:
Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; e essa voz, dirigida do céu, ouvimo-la nós mesmos, estando com ele no monte santo” 2 Pedro 1:16-18.
Por que Pedro omitiu a presença de Moisés e Elias? Ele, como judeu e conhecedor dos profetas, jamais faria isso se os tivesse visto.
Eles tiveram uma prévia da VINDA do Senhor no fim dos tempos. E Ele vem com os anjos (2 Tes 1:7). Jesus apareceu com dois anjos no Monte!
Eu tenho algo sobre esse episódio sim, mas está inconcluso. Quando terminar eu lhe aviso.
Agora, se foram mesmo Moisés e Elias, então alguém personificou os dois. Morto não volta!
O texto diz que esses dois falavam com Jesus sobre o que ele sofreria em Jerusalém. Por que Deus interrompeu a conversa e pediu aos discípulos que ouvissem apenas a Jesus? Leia toda a narrativa que você vai descobrir que os pseudos Moisés e Elias somem, ficando apenas Jesus e os três discípulos.
Você deve lembrar do que Pedro sugeriu a Jesus quando este dizia que deveria morrer em Jerusalém: “E Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Tenha Deus compaixão de ti, Senhor; isso de modo nenhum te acontecerá” Mateus 16:22
Em seguida Jesus repreendeu o diabo!
O que esses dois no Monte diziam para Jesus sobre sua paixão (“e falavam da sua partida que estava para cumprir-se em Jerusalém, Lucas 9:31″), que fez com que Deus sumisse com eles? Será que esses dois diziam para Jesus desistir, como fez Pedro?
Coincidência ou não, olha quem se meteu na conversa entre Moisés, Elias e Jesus:
“E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias. Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi” Mateus 17:3-5
Sinistro, não é?
Fantastico !!!!!
Obrigado !
Shalom!
Perdoe-me interferir na vossa conversa, mas com vossa licença gostaria de contribuir com minha compreensão do texto Mt 17 , Mc 9 e Lc 9:27-37.
A passagem faz alusão ao Novo Concerto onde Cristo é o Mediador de uma Nova Aliança, Elias e Moséis aparecem como figuras representativas da Lei e dos Profetas. Mas esses concertos já cumpriram o suas ordenanças, de modo que são passadas.
Por esta razão, fica somente a Yeshua na visão, e Moisés e Elias desaparecem.
(E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus.
Mateus 17:8).
Os imortalistas darão como objeções que Moiséis foi ressucitado, porém Moséis estando ainda vivo, Yhwh não permitiu sua entrada na terra santa; lhe foi ordenado que morresse no Monte de Abarim.
(Depois falou o Senhor a Moisés, naquele mesmo dia, dizendo:
Sobe ao monte de Abarim, ao monte Nebo, que está na terra de Moabe, defronte de Jericó, e vê a terra de Canaã, que darei aos filhos de Israel por possessão.
E morre no monte ao qual subirás; e recolhe-te ao teu povo, como Arão teu irmão morreu no monte Hor, e se recolheu ao seu povo.
Deuteronômio 32:48-50)
Não poderia Yahweh depois dele morto o deixar entrar. E dirão os imortalistas que Elias foi para o céu vivo, bom, na realidade ninguém foi ou vai morar no céu de forma literal, nem Yahweh mora de forma literal nos céus. Os comtemporaneos de Elias queriam procura-lo em algum monte ou lugar terreno lógico, pois esse conceito de vida nos céus nunca fora um conceito do povo santo.
(E disseram-lhe: Eis que agora entre os teus servos há cinqüenta homens valentes; ora deixa-os ir para buscar a teu senhor; pode ser que o elevasse o Espírito do SENHOR e o lançasse em algum dos montes, ou em algum dos vales. Porém ele disse: Não os envieis. 2 Reis 2:16).
Elias teve uma morte inedita e sem igual, porque pedira em seu ânimo a morte e Yhwh viu que seu coração era sincero e foi seu pedido a seu tempo atendido.
(Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais. 1 Reis 19:4.)
É como que Yhwh dizesse: Não Elias, vc não vai morrer pela espada de ninguém.
(E ele disse: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei; e buscam a minha vida para ma tirarem.
E o Senhor lhe disse: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de Damasco; e, chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria.
Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. 1 Reis 19:14-16)
Tendo ele cumprido a ordem de Yhwh, ungiu Elizeu profeta em seu lugar e Deus o deu porção dobrada para a missão de restaurar a Ysrael, Elias então recebe a morte gloriosa que merecia, mas nada de ir para o céu, foi uma morte gloriosae não uma ida para os céus.
A visão do Monte era para fortelecer a fé dos seus discipulos, não era real, era representativo. Pedro falou fazer três tendas, e foi essa ideia desprezada no relato biblico, nos versos 6 de S. Lucas 9 dizendo que Pedro não sabia o que estava dizendo por que estava assombrado.
E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre, é bom que estejamos aqui; e façamos três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.Pois não sabia o que dizia, porque estavam assombrados.
Marcos 9:5,6
E em Lucas lemos:E aconteceu que, quando aqueles se apartaram dele, disse Pedro a Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui, e façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés, e uma para Elias, não sabendo o que dizia.Lucas 9:33
Foi uma visão sobrenatural e não real. A exegese do texto tras isso quando diz:(e por aqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.Lucas 9:36)
(E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visãoMateus 17:9)
Moiséis e Elias não estavam literalmente com Yeshua, a Lei (Moiséis) e os profetas (Elias) apontam para o Codeiro de Deus que tira o pecado do mundo. João 1:29.
Mateus 17 versículo 9 fala abertamente que foi tudo uma visão sobrenatural e não algo real.
O foco da passagem é elucidar quem é a figura de Cristo, Seu reino e Seu poder.
A necromancia, ou comunicação com os mortos, é explicitamente proibida pela Tanakh, consultar os mortos é um insulto a pessoa do Eterno, Yeshua jamais o faria, visto que Moiséis e Elias estão mortos.
Poucas palavras,mas espero ter ajudo.
Shalom Adonai!
Dn Mara Ribeiro, seja bem vinda
Eu penso que houve interpolações nos textos originais. Essa história da transfiguração está muito mal contada.
Imagina você Moisés e Elias fazendo previsões sobre a morte de Jesus? (o ‘êxodo’ que ele estava prestes a realizar em Jerusalém’). Por que Moisés e Elias fizeram tal previsão da morte de Jesus? No Velho Testamento nenhum dos dois disse nada a respeito!
Tem diferenças gritantes na mesma história; por exemplo, nada em Mateus e Marcos corresponde a Lucas 9: 31-32; nesses versículos de Lucas, Moisés e Elias conversam com Jesus a respeito do ‘êxodo’ que ele está prestes a ‘cumprir’ em Jerusalém; nesses mesmos versículos, Pedro e aqueles que estão com ele dormem e acordam para observar a glória de Jesus, Moisés e Elias. Nada disso aparece em Mateus ou Marcos. Quem copiou de quem?
Se quisermos encontrar a versão mais primitiva da história da Transfiguração, é provável que ela esteja na primeira metade do relato de Lucas do que em qualquer outro lugar. Porém, embora o relato de Lucas seja a mais primitivo, revela uma grande interpolação editorial.
Bem no ponto em que a história de Lucas deixa de ser significativamente diferente de Marcos, Lucas afirma: “E aconteceu que, quando aqueles (Moisés e Elias) se apartaram dele (de Jesus), disse Pedro a Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui, e façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés, e uma para Elias”, Lucas 9:33.
Esta frase apresenta uma exegese muito difícil: começa declarando que Moisés e Elias se afastaram de Jesus e, em seguida, Pedro sugere que três tendas sejam ser feitas, duas das quais são para os falecidos Moisés e Elias. Por que Pedro desejaria erguer tendas para Moisés e Elias, quando eles já partiram? Uma contradição interna como essa é o sinal mais claro de que um editor mudou um texto existente. Se o texto original de Lucas não identificou os dois homens como Moisés e Elias, podemos concluir que o texto original não incluía uma passagem sugerindo que tendas fossem erguidas para eles.
Outro versículo no relato de Lucas é suspeito – por causa de seu constrangimento: “Dois varões conversaram com ele (Jesus), que eram Moisés e Elias” (Lucas 9:30). Com toda a probabilidade o texto original de Lucas mencionava apenas ‘dois varões’. Seria natural para um editor querer identificá-los. Este editor criou o constrangimento nas palavras de Lucas, adicionando a frase explicativa ‘que eram Moisés e Elias’ a um texto que falava apenas de dois varões.
Quem eram eles? A pista que fornece a resposta é dada na frase ‘que apareceram em glória’ (versículo 31). Muito mais tarde, em Lucas 24: 4, somos informados de que, quando as mulheres encontraram o túmulo de Jesus vazio ‘dois varões estavam ao lado delas, com roupas resplandecentes’. Da mesma forma, quando os discípulos estão olhando para o céu após a ascensão de Jesus, Lucas diz que “dois varões vestidos de branco apareceram juntos deles” (Atos 1:10). Nas histórias de ressurreição e ascensão, os dois varões sempre são entendidos como anjos, e esta é a interpretação mais natural dos dois homens que apareceram ‘em glória’ no relato original da Transfiguração. Eles são anjos!
Daniel e a Transfiguração
Agora prestem atenção aqui, Marcos e Mateus afirmam que ‘Ele (Jesus) foi transfigurado diante deles’ (Marcos 9: 2c; Mateus 17: 2a), mas depois Mateus acrescenta: ‘e seu rosto brilhava como o sol’ (Mateus 17: 2b). Em Mateus 17: -6-7, somos informados de que os discípulos reagiram à voz celestial da seguinte maneira: “Ouvindo, os discípulos caíram com o rosto em terra e ficaram com muito medo. Mas Jesus veio e, ao tocá-los, disse: ‘Levantem-se, não tenham medo”.
Há a memória de uma visão registrada no Livro de Daniel, onde um ser celestial fala com Daniel. Observem que os discípulos – em Mateus – reagem como Daniel após o aparência de seu visitante celestial. Comparem as adições de Mateus no texto da Transfiguração com as passagens comparáveis de Daniel 10:
“… o seu rosto resplandeceu como o sol … E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre os seus rostos, e tiveram grande medo. E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos, e não tenhais medo. E, erguendo eles os olhos…”, Mateus 17:2,6-8.
Agora vejam Daniel: “… seu rosto brilhava como um raio … Quando ouvi o som de suas palavras, caí com os rosto em terra. E eis que uma mão me tocou e fez com que eu me levantasse… E ele disse:” Daniel, muito amado, dê ouvidos às palavras que eu digo a você, e fique de pé, pois agora fui enviado a você. Enquanto ele falava, levantei-me tremendo… Não tenha medo Daniel … pus-me de pé…”, Daniel 10: 6,9-12.
As semelhanças entre os dois textos são numerosas demais para ser coincidência. Observe que em Marcos não foram incluídas os elementos que evocam a visão de Daniel. Somos obrigados a concluir que “Mateus” expandiu o texto de Marcos. Eu acredito que o relato da Transfiguração em Mateus pode ter sido retocado. Além disso, as diferenças entre Marcos e Lucas são muito maiores na primeira metade da história (Marcos 9: 2-4; Lucas 9: 28-32).
Isso tudo deve nos levar a escolher aquilo que está mais perto da verdade na história. O que eu postei até agora sobre a transfiguração são opções, não conclusões. Siga o que disse Paulo: “Examina TUDO e retende o que é bom”.
Eu vou preparar um artigo mais amplo (só Deus sabe quando).
Shalom amado!
As duas visões não são uma via de mão dupla.
O que de fato não tem possibilidade de ser é Elias e Moséis literalmente. O que apareceu no monte tem muita possibilidadade de ser anjos, seres espirituais a serviço do Reino.
O que está na contra-mão é a ideia de ser de fato realmente, (mortos ou vivos indepedente disso) Elias e Moiséis.
Porque? Findada a carreira de Elias, colocou-se alguém em seu lugar para dar continuidade a missão restauradora, se por acaso houvesse ainda algo a ser feito, seria pelo seu sucessor, Elizeu. Se ele foi arrebatado, o qual significa literalmente tomado com força por Yhwh, é porque sua carreira findou.
E ao representante da Legislação, Moisés. não foi permitido sua entrada em Sião, dcpois de morto então piorou.
Texto esse e outro tbm muito usado pelos Trinitarianos, a parabola do Rico e do Lazaro, não fazem alusão a vida após morte, uma descrição do estado do homem na morte, teriamos que enfrentar sérios impasses como a existência humana sem ter comido do “fruto” da Arvore da Vida e continuar existindo, se acolhermos esta ideia, daremos crédito ao palavras de Satanás, quando disse a Eva: Certamente não morrerás.
“Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis” Gênesis 3:3,4.
Teriamos que admitir uma espécie de alma espiritual que possui “olhos”, “dedo” e “língua”, e que inclusive pode sentir sede (versos 23 e 24).
É importante lembrarmos que um dos princípios básicos da interpretação bíblica. e uma boa hermenêutica é não fundamentar doutrinas em parábolas e passagens que trazem um foco específico.
O contexto do texto, no cap, 16 de Mateus, vemos a preocupaçãodo Mestre em mostrar aos discipulos quem era Sua pessoa. Antes da subida ao monte, Cristo perguntara a todos os seus discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?”, ao que Pedro respondeu: “Tu és o Cristo.” Nisto, Jesus contou-lhes que morreria e seria ressuscitado (Mr 8:27-31), embora também tivesse prometido que alguns de seus discípulos ‘não provariam absolutamente a morte’ até que primeiro vissem “o Filho do homem vir no seu reino”, ou “o reino de Deus já vindo em poder” (Mt 16:28; Mr 9:1).
Esta promessa cumpriu-se “seis dias depois”, O texto faz alusão/apologia a quem era Yeshua hamashia e não a comunicação com quem já morreu.
Shalom Adonai!
Mara Ribeiro: “O que de fato não tem possibilidade de ser é Elias e Moisés literalmente. O que apareceu no monte tem muita possibilidade de ser anjos, seres espirituais a serviço do Reino”.
Parabéns pelo comentário!
Dna Mara Ribeiro, isso também foi uma visão. O sumo sacerdote Onias e Jeremias (depois de mortos) aparecem intercedendo pelo povo:
“Assim (Judas Macabeus) armou a todos não com a segurança que vem das lanças e dos escudos, mas com a coragem que suscitam as boas palavras. Narrou-lhes ainda uma visão digna de fé, uma espécie de visão que os cumulou de alegria.
Eis o que tinha visto: Onias, que foi sumo sacerdote, homem nobre e bom, modesto em seu aspecto, de caráter ameno, distinto em sua linguagem e exercitado desde menino na prática de todas as virtudes, com as mãos levantadas, orava por todo o povo judeu.
Em seguida, apareceu do mesmo modo um homem com os cabelos todos brancos, de aparência muito venerável e nimbado por uma admirável e magnífica majestade.
Então, tomando a palavra, disse-lhe Onias: “Eis o amigo de seus irmãos, aquele que reza muito pelo povo e pela cidade santa, Jeremias, o profeta de Deus”.
E Jeremias, estendendo a mão, entregou a Judas uma espada de ouro, dizendo estas palavras ao entregá-la:
“Toma esta santa espada que Deus te concede e com a qual esmagarás os inimigos” (2 Macabeus 15:11-16).
“em alguns meses”?
Eu ia compartilhar com alguém. T.T
Mas ok, vou esperar.
Olá Temerope, seja bem-vinda
O artigo já foi editado, em partes.
Está postado!
Boa leitura
Bem vinda Bianca
Eu não tenho Instagram e nem mesmo Facebook.
Pode me falar das suas dúvidas aqui mesmo, se desejar.
Paz
Sim Bianca, comece pelos artigos que estão no título “A Cidade de Deus”. Dê mais atenção para estes:
Saindo com Ele para fora
O padrão judaico na Igreja
A Figura mais importante
Fora do Arraial
O Sentido da palavra Igreja
Dê uma olhada também no outro site, ahumanidadedejesus.org.
Faça o download do PDF Cristianismo Pagão aqui neste site mesmo.
Boa leitura
Paz
A bíblia não diz detalhadamente, mas por inferência temos tudo para concluir que o discípulo amado é João sim, só não vê quem não quer.
Muito bem explicado, glória a Deus irmao
Provavelmente esse outro discípulo foi Tiago irmão de Jesus