A seguinte história é uma breve narrativa de um incidente que alegadamente ocorreu após a morte de Jesus. Como ela é credível aos olhos do cristão desavisado e distraído, é do conhecimento de todo mundo teológico:
“E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras; e abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos” (Mateus 27: 52,53)
O entendimento comum, e universal, é de que muitos santos se levantaram dos seus túmulos e marcharam para Jerusalém! No caso de você não saber, Jerusalém naquela época era como Nova York hoje. Era uma cidade muito importante e não apenas um pequeno município. No entanto, surpreendentemente, o único ser humano que se preocupou em registrar o evento, foi Mateus.
Você pode imaginar pessoas mortas saindo de seus túmulos e andando em uma cidade e encontrando MUITAS outras pessoas? Seria a notícia, não apenas do século, mas sim a maior notícia, única e exclusiva, em toda a história humana.
A razão exige que um incidente tão novo e extraordinário seja registrado por todos. No entanto, encontramos total silêncio no Novo Testamento, exceto por esse indivíduo solitário, Mateus. Nenhum dos outros três evangelhos mencionou o evento. Nenhum! O problema se agrava ainda mais quando somos informados pelo seguinte de um comentário bíblico famoso, que diz:
“Talvez Simeão, Zacarias, João Batista e outros, que haviam crido em Cristo, e eram conhecidos em Jerusalém, saindo dos túmulos após a ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa (Jerusalém) e apareceram a muitos – quem provavelmente os conhecia antes. Deus, por meio disso, mostrou que Cristo havia conquistado a morte e levantaria todos os seus santos no devido tempo ” (Comentário de Wesley).
Conforme o comentário bíblico acima, os ressuscitados não eram apenas um grupo de pessoas insignificantes, mas sim grandes nomes dentre o povo, como Simeão e Zacarias.
E o comentário vai mais longe e, enfaticamente, diz que eles apareceram para muitos “que provavelmente os conhecia antes”. Portanto, não há dúvida de que este foi um evento aberto e não algum incidente escondido e isolado que passou despercebido.
O problema não termina aí; o que aconteceu à todas aquelas pessoas ressuscitadas em Mateus 27: 52-53? Para onde foram Simeão, Zacarias e João Batista? Sim! João Batista; ele estava entre os ressuscitados. Ele estava morto na época – morto nas proximidades, e a casa de sua família era provavelmente em, ou perto, de Jerusalém (seu pai era um sacerdote do Templo).
O que exatamente fizeram todos esses santos ressuscitados quando encontraram aquelas muitas pessoas em Jerusalém? Eles simplesmente entraram em Jerusalém e tiveram contatos com velhos conhecidos e se alegraram na presença de todos?
Lembre-se que os sacerdotes judeus subornaram os centuriões para negarem que Jesus havia ressuscitado, mas esses que ressuscitaram entraram em Jerusalém e apareceram para muitos que os conheciam e se tornaram testemunhas autênticas da ressurreição de Jesus sem impedimento algum!
Pergunte-se novamente: o que aconteceu com aqueles ressuscitados mortos? Eles viveram o resto de suas vidas com suas famílias, contando a todos como era a morte? Será que “muitas” famílias tiveram histórias de algum parente, talvez o Tio Jedediah, que voltou dos mortos daquela vez? E os santos que voltaram dos mortos para descobrir que o cônjuge viúvo havia se casado novamente? Onde estão essas histórias? Onde estão as discussões religiosas judaicas sobre o status desses mortos ressuscitados – se eles foram autorizados a se casar com uma família de levitas, se eles poderiam frequentar o Templo?
Será que alguns desses indivíduos ressuscitados teriam pregado o Evangelho e viajado para muitos países, sustentando como prova do Evangelho sua própria ressurreição? Quantos teriam sido convertidos por tal espetáculo e testemunho? Qual epístola fala deles? E quantos comerciantes estavam em Jerusalém de terras distantes na época e teriam ido para casa com tais contos em seus lábios? Nenhum? Muitos questionamentos precisam ser respondidos.
Você pode dizer: sim, então qual é o grande problema? Bem, as coisas não são tão simples. Existem várias razões para crermos que o evento jamais ocorreu, e o que realmente ocorreu foi uma infeliz tradução do texto grego. Porém, antes de entrarmos nos detalhes mais consistentes, vamos mencionar algo que aconteceu na vida de Jesus sendo registrado nos quatro evangelhos:
“… e eles o sentaram sobre (o jumento)” (Mateus 21: 7).
“… e ele (Jesus) assentou-se sobre ele (o jumento)” (Marcos 11: 7).
“… e puseram Jesus em cima (do jumento)” (Lucas 19:35).
“… Jesus … estava assentado sobre (o jumento)” (João 12:14).
Os autores dos evangelhos anotaram que Jesus viria montado em um jumento! Você até pode alegar ser um cumprimento profético, mas o detalhe é por demais simples. Existem vários outros relatos similares registrados por todos eles e que não são proféticos. A questão aqui é a ênfase no jumentinho filho de uma jumenta. Eu não estou blefando caro amigo leitor: o texto fala que o jumentinho tem uma mãe!
O animal e sua mãe jumenta foram lembrados, mas ninguém sabe quem ressuscitou em Mateus 27: 52,53 e para onde foram, mas o que vemos é um silêncio sepulcral sobre um evento extraordinário: uma ressurreição em massa de pessoas santas – as ruas de Jerusalém ficaram cheias de mortos ressuscitados, aparecendo para seus amigos e familiares enquanto a história que corria era que o corpo de Jesus havia sido roubado!
Há algo de muito estranho nessa história. E vamos descobrir onde está.
O que realmente aconteceu?
Leia novamente o que o texto diz: “E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras; e abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos”, Mateus 27:51-53.
O texto parece dizer que os santos ressuscitaram no momento da morte de Jesus, mas só apareceram para muitos na cidade de Jerusalém após a ressurreição dele: “depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa”.
Onde eles ficaram esses três dias? Eles ficaram nos sepulcros sem ninguém voltar ali para conferir o fato? Ora, se houve uma ressurreição quando Jesus morreu, conforme sugerem estas e outras traduções, teriam os ressuscitados esperado até depois da própria ressurreição de Jesus, no terceiro dia, antes de saírem dos seus sepulcros? Isso não faz sentido algum.
O versículo 53 diz que após a ressurreição de Jesus, os santos saíram dos túmulos e entraram em Jerusalém sendo vistos por muitos. Mas, por que não foram vistos por Jesus e os apóstolos?
A falta de evidência bíblica de que eles estavam de pé, e foram vistos por muitos, já é um grande problema. Nenhum daqueles discípulos de Jesus, homens ou mulheres, os notou quando foram ao sepulcro.
Como o túmulo de Jesus ficava fora da cidade, e havia muitos túmulos por toda aquela área, parece lógico que alguns dos discípulos teriam encontrado esses santos ressuscitados.
Se realmente houve a ressurreição de alguns santos, por que eles não estavam com Jesus quando ele apareceu após ter ressuscitado? Por que Jesus não fez menção deles? Por que eles não se juntaram aos apóstolos? Onde eles estavam quando os apóstolos ouviram pela primeira vez sobre a ressurreição? A evidência da ressurreição estava chegando aos apóstolos de muitos lugares. Pedro e o discípulo amado foram ao túmulo vazio, mas parece que Pedro não ficou convencido, o que é evidenciado por sua incredulidade posterior (João 20: 3-10). Maria Madalena disse-lhes que viu Jesus, mas eles ainda não acreditaram (Marcos 16: 9-11). Mais tarde, Maria e todas as mulheres contaram aos discípulos sobre o anjo no túmulo que disse que Cristo ressuscitou, mas eles ainda não creram (Lucas 24: 1-11). Elas viram Jesus, viram os anjos, mas nada de santos ressuscitados!
O Senhor encontra dois discípulos a caminho de Emaús – aqueles dois viajaram de volta para Jerusalém e contaram aos outros discípulos sobre Jesus (Lucas 24: 13-35), e foi enquanto eles estavam todos conversando que Cristo apareceu no recinto e mesmo assim pensaram que ele era um fantasma. São estes os personagens da ressurreição.
Parece impossível conceber a ideia de que “muitos” santos, já ressuscitados por três dias, considerados testemunhas da ressurreição do Senhor, e que posteriormente entraram na cidade de Jerusalém, sendo vistos POR MUITOS, não tenham se ajuntado a Jesus e seus discípulos que também estavam em Jerusalém.
Outra pergunta a ser feita é: onde estavam esses “muitos santos” no Dia de Pentecostes? O número de discípulos foi dado especificamente em cerca de 120. Esse não é um grande número considerando as muitas vidas que Jesus tocou. Devemos acreditar que aqueles santos que ressuscitaram dos mortos foram incluídos nesse número? Simplesmente não há evidência disso, mas é difícil acreditar que os “muitos” santos que ressuscitaram dos mortos não se uniram aos discípulos. O que mais eles fariam? Para onde eles iriam? Alguns dentre eles não tinham mais família há muito tempo; eles não teriam nenhum trabalho ou lugar para ficar. Certamente eles teriam se juntado aos discípulos para apoio, mas parece que eles estão faltando no Dia de Pentecostes. Ainda no Dia de Pentecostes, Pedro assegurou às multidões que Davi morreu, foi sepultado, e sua tumba ainda estava entre eles (o corpo de Davi, com 1000 anos havia se deteriorado). Se Davi tivesse apenas ressuscitado e andado por Jerusalém testemunhando, certamente Pedro teria mencionado esse fato, e não teria dito que ele estava morto. Claro, Davi pode ter sido um santo que Deus não ressuscitou, poderia ser a desculpa de muitos.
Considere também que os incrédulos e os críticos dos apóstolos nunca os mencionaram. Os líderes religiosos de Jerusalém, por exemplo, acusaram os apóstolos, dizendo: “… encheste Jerusalém com o teu ensino … ” (Atos 5:28). Certamente, se mesmo alguns crentes do Antigo Testamento estivessem em Jerusalém e tivessem aparecido “para muitos”, os líderes religiosos também teriam se preocupado com isso, mas não há menção de que eles sabiam que alguém estava espalhando a ressurreição deles.
Os problemas mencionados acima não são a única dificuldade com esses versículos de Mateus. Se “muitos” desses ressuscitaram e foram para Jerusalém, por que eles não são mencionados em nenhum outro lugar do Novo Testamento? Na verdade, todo o evento não é mencionado em nenhum outro lugar da Bíblia. Isso parece bastante incrível se realmente aconteceu. Devemos acreditar que “muitos” santos do Antigo Testamento, como Josué, Daniel ou Jeremias, ressuscitaram dos mortos e entraram em Jerusalém, mas nunca se juntaram aos apóstolos? Quando Lázaro ressuscitou dos mortos, ele foi visto com Jesus e aos apóstolos. Quanto ao argumento de que os corpos ficaram em pé, devo dizer que é uma figura de linguagem, e deve apenas significar que os defuntos foram empurrados para fora das sepulturas e ficaram expostos aos transeuntes que entravam em Jerusalém. Mateus não disse que eles foram ressuscitados. Mateus disse que seus corpos, ou cadáveres, foram lançados para fora dos túmulos. Ele não disse que esses corpos vieram à vida. O verbo grego egeiro que significa “levantar”, nem sempre se refere a ressurreição. Pode, entre outras coisas, também significar “levantar-se” de um buraco ou “levantar-se” do solo (Mateus 12:11; 17: 7). A revolta com a morte de Jesus abriu túmulos, jogando corpos sem vida ao ar livre.
O registro bíblico atesta que houve um forte abalo sísmico em Jerusalém, o qual certamente foi responsável pelos danos causados nos sepulcros e no templo, e expôs o santo dos santos [e o véu se rasgou]. Ora, para que o véu se rasgasse em duas partes, certamente houve deslocamento de terra que distanciou as paredes. É dito também que as rochas se fenderam e a terra tremeu – consequentemente os túmulos foram abertos e os corpos dos mortos ficaram expostos.
Esta visão dos eventos se harmoniza com os ensinos da Bíblia. Em 1 Coríntios, capítulo 15, o apóstolo Paulo dá uma prova convincente da ressurreição, mas ele ignora completamente qualquer insinuação de ressurreição em Mateus 27:52, 53. O mesmo faz Pedro quando fala da ressurreição de Jesus (Atos 2:32, 34). Ele não menciona mais ninguém!
Devemos notar um fato interessante que envolveu Paulo com dois indivíduos; foram eles Himeneu e Fileto, os quais diziam que a ressurreição havia ocorrido (2 Tm 2:17-18). Se de fato tivesse ocorrido uma ressurreição na ocasião mencionada em Mateus 27, então, quem estaria mentindo não seria Himeneu e Fileto, mas sim o apóstolo Paulo. Paulo não menciona o evento de Mateus 27 como sendo uma ressurreição. Aliás, Paulo chama de “falatórios vãos” o ensino de que houve ressurreição de cristãos no primeiro século. Portanto, não houve ressurreição nenhuma; o que aconteceu foi um tremendo erro de tradução que enganou todo o mundo cristão até o momento. O que ocorreu, na verdade, é que quando Jesus morreu, o terremoto acompanhante rachou alguns túmulos perto de Jerusalém e assim expôs os cadáveres aos transeuntes. Certamente muitos cadáveres ficaram expostos, alguns em posição vertical, e aqueles que entravam em Jerusalém testemunharam o fato.
“Era já próxima da noitinha, e os judeus estavam para entrar no descanso sabático durante o qual não faziam nenhuma tarefa, nem mesmo caminhar distâncias maiores que 800 metros. Jamais entrariam num cemitério antes de chegar o domingo, pois estariam sob o risco de encostar em um dos túmulos e tornarem-se cerimonialmente impuros (Lucas 23:54 Números 19:16). Por isso, após o sábado, no terceiro dia depois de Jesus ter sido ressuscitado, o que foi bem de manhã cedo, estes corpos se tornaram visíveis a todas as pessoas que lá foram – e saindo elas dentre estes túmulos memoriais, entraram na cidade de Jerusalém e relataram a todos o ocorrido. Note também que se diz que “muitos dos corpos dos santos”, e não “todos os corpos” foram levantados, isso deixa claro que algumas sepulturas suportaram o abalo sísmico” (1)
Mateus 27:52, 53 não descreve uma ressurreição, mas um simples lançamento de corpos para fora dos túmulos, similar a incidentes ocorridos em tempos mais recentes, como no Equador, em 1949, e na Colômbia, em 1962.
No Equador, os mortos são geralmente enterrados em grandes túmulos – prateleira sobre prateleira e cofre sobre cofre. “Um terremoto abriu essas abóbadas, ejetando muitos cadáveres, que tiveram de ser enterrados imediatamente para evitar que uma praga explodisse“.
Na cidade de Sonson, na Colômbia, ocorreu algo semelhante. El Tiempo (31 de julho de 1962) noticiou:
“Duzentos cadáveres no cemitério desta cidade foram lançados fora de seus túmulos pelo violento tremor de terra. Pessoas que passavam por ali ou através daquele cemitério viram os cadáveres, e, em resultado, muitos de Sonson tiveram de ir para lá enterrar de novo seus parentes falecidos.
Temos hoje o cheiro dos mortos que têm estado adormecidos nos túmulos”, disse certo trabalhador da Cruz Vermelha, descrevendo o surpreendente efeito dum forte terremoto que atingiu Popayán, na Colômbia, pouco antes do fim de semana da Páscoa. “Os túmulos do cemitério se abriram e os cadáveres saíram. Nunca vi nada igual.
Conforme noticiado no Times de S. Petersburg, o trabalhador da Cruz Vermelha ficou pasmado “diante da visão de cadáveres irrompendo dos túmulos nos cemitérios desta cidade montanhesa. O tremor que naquela quinta-feira abalou esta cidade de 200.000 habitantes foi tão violento que as paredes dos mausoléus ruíram, expondo os caixões. . . A cidade foi abalada como se Deus tivesse usado uma britadeira nela”.
Essas ocorrências durante terremotos também foram relatadas no segundo século EC pelo escritor grego Aelius Aristides (“Between Greece, Rome, and the Gods” pg 234).
Pode-se traduzir Mateus 27:52, 53 de um modo que sugira que houve uma exposição similar de cadáveres em resultado do terremoto que ocorreu por ocasião da morte de Jesus. Assim, a tradução de Johannes Greber (1937) verte estes versículos do seguinte modo: “Túmulos foram abertos, e muitos cadáveres dos enterrados foram jogados em posição vertical. Nesta postura projetavam-se para fora das sepulturas e foram vistos por muitos dos que passavam por ali em caminho de volta para a cidade.”
Outros escritores de renome já expressavam este entendimento. Em seu Comentário da Bíblia (escrito entre 1810 e 1826), o erudito Adam Clarke fez referência a isso:
“Alguns pensaram que estes dois versículos foram introduzidos no texto de Mateus a partir do Evangelho dos Nazarenos, outros pensam que o significado é simples: vários corpos que haviam sido enterrados foram jogados para fora pelo terremoto e expostos, e continuaram na superfície até depois da ressurreição de Cristo, sendo vistos por muitas pessoas na cidade.”
Como pode ser visto, o que temos é um erro de tradução lástimavel que mudou toda história!
1 – Citado no site ‘O Templo de Deus’, com o título, “Houve Ressurreição de Santos no 1º Século?”
Seria interessante postar o relato na versão original, ou, o mais próxima disso para poder analisar.
Eu acho que para poder desmitificar, precisamos ver o que diz no relato original.
Eu creio que a ressurreição dessas pessoas pode sim fazer sentido, mesmo que eles só tenham entrado em Jerusalém só três dias depois da morte de Jesus, pelo seguinte. Com certeza haviam transeuntes piedosos e fiéis que iam e voltavam de Jerusalém, eles poderiam até aquele momento terem sido sustentados por esses transeuntes, pois nessa época Jerusalém estava lotada de pessoas que comemoravam a páscoa, e eu não duvido nada de que haviam acampamentos fora dos muros de Jerusalém, e nesse caso, esses ressuscitados eram providos por esses acampamentos de piedosos fiéis. Só que tem uma coisa, essa ressurreição não foi para a vida eterna, mas foi uma ressurreição como a de Lázaro por exemplo, ou seja, Lázaro morreu, e depois que Jesus o ressuscitou, viveu mais algum tempo, morreu novamente, e agora aguarda a ressurreição para a vida eterna. E mais, é impossível um cadáver ser lançado e colocado em posição vertical, até porque estando morto é impossível suster-se de pé, loucura isso.
Clayton, muito grato pela visita
Quanto ao seu argumento de que é loucura a menção dos corpos ficaram em pé, devo lhe dizer que é uma figura de linguagem, e que deve apenas significar que os defuntos foram empurrados para fora das sepulturas e ficaram expostos aos transeuntes que entravam em Jerusalém. Mateus não disse que eles foram ressuscitados. Mateus disse que seus corpos, ou cadáveres, foram lançados para fora dos túmulos. Ele não disse que esses corpos vieram à vida. O verbo grego egeiró que significa “levantar”, nem sempre se refere a ressurreição. Pode, entre outras coisas, também significar “levantar-se” de um buraco ou “levantar-se” do solo (Mateus 12:11; 17: 7). A revolta com a morte de Jesus abriu túmulos, jogando corpos sem vida ao ar livre.
O registro bíblico atesta que houve um forte abalo sísmico em Jerusalém, o qual certamente foi responsável pelos danos causados nos sepulcros e no templo, e que expôs o santo dos santos [e o véu se rasgou]. Ora, para que o véu se rasgasse em duas partes, certamente houve deslocamento de terra que distanciou as paredes. É dito também que as rochas se fenderam e a terra tremeu – consequentemente os túmulos foram abertos e os corpos dos mortos ficaram expostos.
O véu do templo não era leve, nem fino. Tinha cerca de 4 cm de espessura. Precisou de uma força sobre humana para rasgá-la.
E segundo as escrituras, Cristo foi ressuscitado primeiro.Como, então, poderiam os Santos serem vivificados antes do Messias?
“Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem” 1 Cor 15:20
Eles não foram vivificados antes do Messias porque não houve ressurreição. Mas se tivesse acontecido uma ressurreição mesmo, não seria problema, pois certamente eles morreriam novamente, como Lázaro.
Por enquanto, somente Jesus não morre mais (Rom 6:9).
Nessa ocasião ninguém ressuscitou. O que aconteceu foi que o terremoto estourou os túmulos de alguns santos e os cadáveres ficaram expostos.
Obrigado pela visita
Perfeita as explicações, um Grande Problema é que, tradição fica impregnada na Mente Humana e para tirar o que foi ensinado é muito Difícil.
Parabéns ao Amado Irmão por trazer as Claras assuntos tão importantes.
Forte abraço!!
Grato pela visita, Jorge.
Infelizmente a tradição destruiu a tradução!
Boa tarde, sr. Al Franco.
Mais uma vez surpreendo-me com vossa apresentação.
Quantas vezes eu já tinha lido essa passagem de Mateus 27 : 52 e 53 e nunca me dei conta, no detalhe sutil, de que os corpos foram expostos fora dos túmulos durante o terremoto 3 dias antes da ressurreição do Cristo. E que só ” saíram ” após a ressurreição, como se estivessem aguardando o Mestre ser o primogênito.
Confesso que já fui ” escravo ” do sistema religioso por muitos anos, por não pesquisar e me sujeitar a pastores e ” apóstolos ” , como se fossem donos da verdade.
Agradeço ao Eterno pelo dia que, pela primeira vez, li uma publicação vossa.
O grande desafio é repassar todas essas novidades àqueles que ainda estão debaixo do véu das tradições e do sistema opressor da religião.
Em tempo:
Ao pesquisar Apocalipse 12, atentei, depois de muitos anos, para um detalhe: a batalha que houve no céu entre Miguel e o dragão somente ocorreu APÓS a ascensão do Messsias para o Pai e não antes da fundação do mundo, como o sistema religioso ensina.
Qual a vossa opinião ?
Atenciosamente, Kurt Dreyer.
Mr Kurt, seja bem vindo. Muito obrigado por suas palavras.
Este é um dos muitos exemplos do que a tradição fez com a tradução. Não se assuste, não falamos apenas de interpretação equivocada; é um erro de tradução! E isso aconteceu em várias partes das Escrituras. Sem contar erros de interpretação e as omissões.
Exemplos: Dalila não cortou os cabelos de Sansão. Moisés não lançou o cajado sobre o rio Nilo; foi Arão. A arca de Noé não foi construída em 120 anos, mas em cinco anos. Elias e Enoque não estão no céu (visite meu site agrandecidade.com e leia os dois artigos, sobre a arca e sobre Enoque e Elias).
Deus trabalhou no sétimo dia ou descansou? Dizem que descansou. O que nos vamos fazer com Gênesis 2:2? “Ora, havendo Deus completado no dia sétimo a obra que tinha feito, descansou nesse dia de toda a obra que fizera”.
E os 400 profetas de Baal? Eram 450, não 400!
“Então disse Elias ao povo: Só eu fiquei dos profetas do Senhor; mas os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta homens” 1 Reis 18:22
E as muralhas de Jericó? O povo de Israel a rodeou sete vezes, não é isso? Leia Josué 6:3,4.
Agora veja você que omissão interessante que os evangélicos fazem; Maria, mãe de João Marcos (Atos 12:12) é esposa de Pedro, que era o pai de João Marcos (1 Pedro 5:13). Ninguém viu!
Parecem erros de interpretação sem importância, mas não são. Fizeram pior com doutrinas cruciais para a fé Cristã, como a humanidade de Jesus, perdão dos pecados, salvação e etc.,
Os evangélicos repetem o que ouvem de púlpito e não consultam as Escrituras!
Vou fazer um breve comentário sobre seu questionamento em Apocalipse 12:7-9, que fala da batalha no céu entre Miguel e seus anjos.
Penso não ser correto afirmar que essa batalha foi realmente no céu, o terceiro céu, a habitação de Deus, o assento dos anjos, onde não há discórdia, guerras e contendas, porém, talvez, na Igreja abaixo, que é militante, e tem (na época da escrita do livro) a companhia de exércitos inimigos; ou melhor, o Império Romano, que era o céu de Satanás, o deus deste mundo e seus anjos.
Esta guerra não se refere à disputa entre o arcanjo Miguel e o diabo sobre o corpo de Moisés; nem aos anjos quando se rebelaram contra Deus, que deixaram seu primeiro estado e foram lançados no inferno; nem para aquela inimizade antiga e declarada entre a semente da serpente e a semente da mulher, Gênesis 3:15, que apareceu em todas as épocas, mais ou menos, desde a queda de Adão; nem aos combates que Cristo travou pessoalmente com Satanás e seus poderes quando aqui na terra, como no deserto, imediatamente após seu batismo, e no jardim, um pouco antes de sua morte, e na cruz, quando ele derrotou principados e potestades e destruiu aquele que tinha o poder da morte, o diabo, mas pode estar falando (preciso pesquisar) sobre o conflito que Cristo e seu povo tiveram com os governantes das trevas deste mundo, com os poderes romanos e com os falsos mestres durante os três primeiros séculos. Provavelmente é por esse motivo que a versão árabe traduz, “a serpente com seus soldados”.
Preciso pesquisar sobre o assunto para melhorar isso.
Vou preparar um artigo, mas apenas para o fim do ano, ou ano que vem.
A paz de Cristo Jesus!
Gostaria de saber quando postará sobre a transfiguração no monte.
obg.
Paz Angel. Grato pela visita
Já tenho algo em andamento. Vou retomar breve. Acredito que o artigo estará pronto em dois meses.
excelente trabalho de pesquisa. Essa passagem de Mateus sempre me incomodou muito. Certamente um evento tão extraordinário não poderia prescindir de um registro na história, muito menos uma correspondência na própria bíblia.
Achei fenomenal a sua tese. O raciocínio é claro e lógico e a conclusão bem plausível.
Obrigado por compartilhar…
Muito grato pela visita, André
Os evangélicos precisam ler as Escrituras com mais atenção.